A ideia é incentivar crianças africanas a terem orgulho de sua identidade cultural
Quando Taofick Okoya foi comprar um presente de aniversário para sua sobrinha, em 2006, se deparou com uma triste realidade: mesmo a Nigéria sendo o país com maior população negra do mundo, só havia bonecas brancas nas lojas. O padrão de beleza imposto pela indústria, segundo ele, fazia com que as crianças tivessem problemas de autoestima e, muitas vezes, rejeitassem a identidade cultural africana.
Foi aí que surgiu a ideia de montar a Queens of Africa (“rainhas da África”), uma linha que hoje vende mais bonecas no país do que a famoqueens-of-africa3sa Barbie. Okoya, que antes era diretor de uma empresa familiar de utensílios de plástico, decidiu fabricar bonecas que fossem da cor da imensa maioria das crianças de seu país. Ao todo, são seis modelos diferentes, que representam os três maiores grupos étnicos da Nigéria: Hausa, Igbo e Yoruba. Os cabelos e as roupas se baseiam no estilo colorido das mulheres africanas.
Para facilitar a aceitação e democratizar o acesso, a solução foi criar bonecas com várias faixas de preço, a partir de 5 dólares. Em média, são fabricadas cerca de 24 mil unidades por mês, e o número sobe ainda mais nos períodos festivos, como Natal e Dia das Crianças. O sucesso é tanto que já existem empresas de outros países da África, da Europa e dos Estados Unidos interessadas em revender os produtos. E a novidade não vai demorar para chegar ao Brasil. Pelo menos, é o que garante uma mensagem publicada no perfil da Queens of Africa no Facebook.