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No calor dos Jogos e manifestações, ventarolas Fora Temer

Grupo de mulheres faz vaquinha e produz 10 mil ventarolas com mensagens em português, inglês e espanhol para distribuir no Rio de Janeiro e promover denúncia internacional contra o golpe

“Nossa democracia está ameaçada e não temos a quem recorrer. Não podemos confiar no Judiciário e a maior parte da mídia é corrupta e parcial. Ajude-nos, denunciando nossa situação em seu país.” A frase foi impressa também em inglês e português. E estampa a ventarola que um grupo de seis mulheres tomou a iniciativa de produzir para distribuir ao público presente à abertura dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, nesta sexta-feira (5).

A enfermeira aposentada Edva Aguilar, de São Paulo, capital, conta que a ideia foi discutida entre integrantes de um grupo intitulado Esquerda do Brasil, com atuação no WhatsApp e no Facebook. “Fizemos uma campanha por meio do Face mesmo e conseguimos arrecadar R$ 3.700. Foi o suficiente para mandar fazer 10 mil ventarolas e ajudar a arcar com algumas despesas para despachar para o Rio e distribuir”, diz Edva.

O grupo foi formado em março para discutir ações e agregar pessoas descontentes com a situação de golpe. “E também dispostas a colocar a mão na massa”, acrescenta Lorena Maria Castro Fonseca, 34 anos, estudante de Serviço Social e servidora pública, moradora de Formiga (MG). Para elas, as mulheres estão fazendo a diferença e ocupando papel de destaque nos movimentos de resistência contra o golpe, “que tem um forte componente machista”, observa Edva.

Integram ainda o coletivo a trabalhadora autônoma Cláudia Lúcia, 47 anos, que mora em São Paulo, assim como a jornalista Vera Landioso; a administradora de empresas Alfa Linhares, 61 anos, de Ipatinga (MG); Rosana Donato, 50 anos, dona de casa – “do lar, mas nem um pouco recatada” – e a educadora social Vânia Almeida Sotovani, ambas de Araraquara (SP); e a advogada Ana Cristina de Medeiros, de Volta Redonda (RJ). “As ventarolas vão chegar no Rio hoje (4) à noite. Conseguimos fazer, mas vamos precisar de ajuda para distribuir”, diz Edva. “Quem puder, entra lá no Face e fala com a gente.”

Às voltas com um problema de saúde, Ana Cristina lamenta por não poder ir ao Rio e pelo fato de que sua cidade, “que já foi de muita luta, anda muito paradona”. Ela dá aula de Filosofia em escola estadual de Volta Redonda e também é professora da rede municipal de educação infantil. “Bem na hora da ‘festa’ não vou poder ir. Mas estamos fazendo a nossa parte. O trabalhador, em geral está muito desinformado, ou desanimado, ou conformado. Não pode! Temos de parar esse golpe. Temos de organizar a greve geral”, defende.

 

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