Sim é nosso dia. Mais que
nosso dia, é nosso ano. Pasmem, que ano!!! Há tempos não vemos tantos casos em
que se requisitam os serviços psicológicos. A pandemia trouxe à tona o que o cyber
universo tem se esforçado para esconder. A sociedade tem estado tão ocupada
acessando redes sociais, correios eletrônicos e tantas distrações eletrônicas
que não foi possível perceber o quanto estamos solitári@s.
Essa grande demanda de profissionais na pandemia levanta a questão do
atendimento virtual e essa migração exige adequações da prática do
psicólogo para o atendimento. Deve seguir o código de ética das categorias
profissionais.
O convívio com as crianças, tão hiper estimuladas pelos meios eletrônicos, o convívio mais cauteloso com noss@s idos@s (e a saudade que muit@s deixaram e deixarão), o vazio das relações, o excesso de trabalho – agora em tempo integral, sem pausas, sem almoços divertidos, sem trocas com a equipe – o tempo para cozinhar, para se descobrir e se rever. Tudo isso que não deveria ser novidade, se reapresenta como necessidade urgente e tem adoecido a muit@s.
Sim, somos linha de frente de uma sociedade em pânico com suas recentes descobertas. Isolar-se com a família, para muit@s tem sido tormento. Isto tem acontecido com as mulheres que se isolam com seus/suas agressor@s, com crianças e seus/suas abusador@as (quantos casos!), com tantos familiares que nos eram desconhecid@s apesar de residir sob o mesmo teto. Tempo de perceber a fragilidade da saúde mental. Como é fácil “enlouquecer”.
Neste momento, tão doloroso para nossa sociedade, somos o alento que chega via
internet, mascarad@ em um consultório, em um abrigo, em serviços de saúde
mental, hospitais, empresas (sim, em tempos de peste, a segurança de ter um
emprego é fundamental), serviços de
saúde à mulher e tantas frentes em que atuamos. Também queimamos de febre,
perdemos muit@s e isso nos dói. Então, façamos desta data nosso troféu. A
certeza que fazemos o melhor por nosso povo. A fé que aquel@s que se foram
serão lembrad@s não só por serem psicólog@s, mas por estarem entre nós durante
o pior período desta nossa existência.
As lições aprendidas com os outros países sobre os impactos da COVID-19 na saúde mental mostram a relevância da implantação de serviços estratégicos de atenção psicossocial, baseados em evidências, como forma de redução do estresse e sofrimento intenso com o objetivo de prevenir agravos futuros (Duan e Zhu, 2020).
O Sinpsi está junto com a permanente luta por melhores condições de trabalho,
fomento das políticas públicas e pela democracia e trabalho ético da psicologia.
Deixamos aqui nossa saudade e votos para que nossa categoria seja lembrada em
todos os tempos. Quiçá o cuidado com a saúde mental não seja mais privilégio de
poucos e sim recurso disponível à tod@s.
E convidados a tod@s Psicólog@s a se envolverem e construírem a Luta conosco, com as demais entidades da Psicologia, com os Movimentos Sociais e a Classe Trabalhadora um Mundo com a Preservação da Vida, do Trabalho decente e dos Direitos Humanos.