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O que temos a aprender com o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha?

Em mais um dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, @s psicólog@s podem se perguntar: o que nós temos a avançar ainda no debate de raça? Será que estamos agindo com respeito com essa enorme parcela da população?

De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostras em Domicílio (PNAD) de 2011, as mulheres negras eram 50,2 milhões em 2011. Metade das mulheres do país. Apesar disso, alguns pucos dados analisados pode nos dá a real dimensão de como essa parcela da população é marginalizada pela sociedade e Estado.

Talvez o número mais alarmante que nos mostra essa realidade é a taxa de femincídio no país. De acordo com a Atlas da Violência, o índice de mulheres brancas assassinadas entre 2003 e 2013 diminuiu 10%. Enquanto o de mulheres negras cresceu 54% no mesmo período.

Além disso, as negras também são as que mais sofrem violência doméstica: 58.6%, de acordo com informações do Ligue 180, e também são as que mais as que mais sofrem violência obstétrica: 65,4% e com a mortalidade materna: 53.6%, de acordo com a Fiocruz. 

Economicamente o abismo de raça e classe também atinge em cheio as mulheres negras no Brasil. A tão propagandeada meritocracia não funciona para essa parcela da população. A mulher negra ganha 60% menos do que um homem branco no Brasil. Mesmo as que batalham e conseguem se formar no ensino superior, recebem somente 43% do salário de um homem branco com a mesma qualificação.  

Após o golpe dado contra a ex-presidenta Dilma Rousseff por Michel Temer, o cenário está longe de alterações e temos muito o que lutar. As mais afetadas pela reforma trabalhista e pelo teto de gastos públicos, sem dúvidas, serão as mulheres negras do Brasil.       

Diante desse quadro, @s profissionais da psicologia têm que entender a realidade que cerca essas milhões de pessoas e desenvolver a psicologia como ciência e profissão para buscar responder, juntamente com seus pares na sociedade, a este problema tão complexo. A psicologia, em conjunto com o movimento sindical organizado, deve avançar neste debate e em ações para, além debater esses dados inadmissíveis no Estado de São Paulo, buscar a sua superação.

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