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Polícia vai pra cima de servidores que protestam contra reforma da Previdência em SP

Servidores municipais foram à Câmara protestar contra projeto de João Doria (PSDB-SP) que aumenta as alíquotas de contribuição da Previdência de 11% para até 19%

A Guarda Civil Municipal e a Polícia Militar de São Paulo estão jogando bomba de gás, spray de pimenta e atirando com balas de borracha contra os servidores que foram à Câmara Municipal protestar contra projeto do prefeito João Doria (PSDB-SP) que aumenta as alíquotas de Previdência dos trabalhadores e trabalhadoras de 11% para até 19%.

Cerca de 300 servidores conseguiram entrar na Câmara, que fica na região central da cidade, antes da Casa ser fechada para o acesso ao público, no final da manhã desta quarta-feira (14). Mais de 5 mil servidores continuam do lado de fora, apesar da violência da polícia tucana. Participam do ato professores, servidores de áreas como saúde, cultura e assistência social.

As palavras de ordem competem com o barulho das bombas de efeito moral e balas de borracha: “Se votar, não vai voltar”, dizem os servidores, referindo-se às eleições que podem mandar para casa todos os vereadores que traírem a classe trabalhadora aprovando o projeto.

“A Câmara começou controlando a entrada do público. Quando conseguimos colocar cerca de 300 pessoas lá dentro, fecharam a porta”, contou João Batista Gomes, secretário de Imprensa do Sindsep e de Mobilização da CUT-SP, que está do lado de fora da Câmara.

Segundo ele, a ação violenta da polícia fez os servidores se afastarem um pouco da porta da Câmara, mas, nesse momento, o pessoal está tentando voltar, apesar das balas de borracha e bombas continuarem explodindo a todo momento. “Tem pessoas feridas tanto por balas como por cassetadas da PM, mas ninguém desiste da luta”.

“Estamos sendo agredidos covardemente pela Guarda Civil Municipal, que também será afetada se esse projeto for aprovado, e pela Polícia Militar a mando de Dória”, denuncia João Batista.

A Câmara Municipal alegou que fechou a entrada por motivos de segurança. No Salão Nobre da Casa, que tem capacidade para 320 pessoas, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) deve começar a definir se o projeto será votado ainda hoje em sessão extraordinária.

Entenda o Projeto de Lei 621/2016

A Prefeitura de São Paulo quer aumentar a contribuição dos funcionários públicos de 11% para 14%, em alguns casos até mais do que esse percentual, além de estabelecer uma alíquota suplementar temporária

Os professores municipais querem que o projeto seja retirado de discussão e conseguiram a adesão de representantes de todas as categorias de servidores municipais.

A reforma Previdenciária, que o golpista e ilegítimo Michel Temer (MDB-SP) não conseguiu aprovar no Congresso Nacional para a população brasileira, está sendo proposta pelo gestor João Doria aos servidores públicos da maior capital do País.

Os métodos de agressão e violência na Câmara de Vereadores, com uso de bombas e gás de efeito moral aos municipários, foram os mesmo utilizados no Congresso Nacional para repelir manifestações contrárias às reformas que extinguiram os direitos dos trabalhadores.

Segundo informou o presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo (Sindsep-SP), Sérgio Antiqueira, o movimento grevista dos funcionários públicos de São Paulo é o maior das últimas décadas e está crescendo com mais adesões. “Temos apoio também do sindicato dos médicos, dos engenheiros, além de outras entidades que também tiraram pela greve”.

O dirigente explicou que o prefeito quer passar goela abaixo o Projeto de Lei 621/2016, conhecido como PL do Extermínio, que eleva a contribuição previdenciária de 11% a 14%.

“O Dória tem pressa porque esse projeto interessa aos bancos, para ele capitalizar a contribuição dos servidores e criar fundos para os bancos. É assim que ele usa nosso dinheiro. E os bancos lucram com isso. Então temos que derrotar o Dória agora também, já que em nível federal conseguimos vencer Temer”, destacou Antiqueira.

Educação, saúde e assistência social da cidade de São Paulo enfrentam uma das mais severas crises das últimas décadas. O prefeito tucano retirou R$ 3 bilhões das respectivas áreas já no primeiro semestre de 2017 e deixou servidores públicos e população à míngua.

“O objetivo real dele é guardar dinheiro para a campanha eleitoral com o intuito de disputar a presidência porque o governo do Estado ele não quer”, denunciou Antiquiera.

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