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Psicologia do Trânsito em Trânsito pelo Brasil

Pensar as linhas de atuação da Psicologia para humanizar a cidade, os desafios da categoria nesta temática para além dos consultórios, clínicas, ferramentas de Avaliação Psicológica (AP) e além da Política de Mobilidade do Governo Federal. Essas e outras questões foram tratadas durante o debate online “Psicologia do Trânsito em Trânsito pelo Brasil”, realizado na quarta-feira (21). A discussão foi acompanhada por 1.115 pontos conectados.

O debate foi uma das atividades de avaliação de uma série de seminários realizados pelos Conselhos Regionais de Psicologia em diversos estados do país, entre junho e agosto de 2012, com convidados locais, que falaram sobre o tema considerando a realidade regional e convidados itinerantes que participaram dos eventos em todo o Brasil.

Como fruto das discussões foi produzido um relatório final, a partir dos resultados de todas as plenárias dos seminários, que será encaminhado ao Conselho Nacional de Trânsito (Contran), Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), Ministério das Cidades, Ministério da Saúde e Ministério da Justiça, entre outras entidades.

A conselheira do CFP Roseli Goffman fez, durante abertura do debate, um breve histórico da Psicologia de Trânsito no País, destacando pontos do relatório. Ela disse que aproximadamente 15 mil psicólogas (os) atuam na avaliação de condutores e que, até março de 2012, mais de 1.200 profissionais possuíam o título de especialista em Psicologia de Trânsito. “O objetivo desse processo foi o mapeamento das necessidades para qualificação da área e da adequação das ferramentas aos parâmetros éticos da profissão e aos contextos de uso”, destacou.

Já a presidente do Conselho Regional de Psicologia da 16ª Região (Espirito Santo), Andréa dos Santos Nascimento, explicou a mobilidade urbana como uma questão abrangente e que a Psicologia pode contribuir para esse debate apontando para a produção de  subjetividade  humana como centro da discussão. Ela também apontou como “contradição” o governo federal apresentar um Plano Nacional de Mobilidade Urbana, mas, ao mesmo tempo, reduzir o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) dos veículos automotores, incentivo para a compra de mais veículos.

O representante do CFP na Câmara Temática de saúde e meio ambiente do Conselho Nacional de Trânsito,  Fabián Marin Rueda , destacou a questão do título de Especialista em Psicologia do Trânsito. Rueda apresentou a evolução da procura e do número de profissionais psicólogas (os) com título de Especialista em Trânsito nos últimos anos. Além disso, ele falou da importância da Avaliação Psicológica como instrumento de autonomia da (o) profissional. De acordo com ele, há 15 anos, o profissional era “submisso” às demandas das instituições, sem agir de forma crítica nos laudos e avaliações, o que, ele afirma, não ocorre mais.

Fábio Henrique de Cristo, consultor do CFP, disse que o mundo está em “constante mudança” e que a Psicologia do Trânsito tenta acompanhar essa evolução. Pesquisa realizada por ele no município de Iraúna/PB apontou como a mudança na infraestrutura urbana, mesmo em um pequeno município, pode impactar diretamente a população. Cristo também se mostrou preocupado com os dados da pesquisa do Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (Crepop), realizada em 2009, na qual destaca o desconhecimento dos especialistas da área, exemplificando que apenas 48% das (os) psicólogas (os) em Trânsito conheciam, de forma plena, o Código de Trânsito Brasileiro (CTB). remuneração.

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