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Qual Psicologia precisamos para os próximos 60 anos

Texto e fotos: Norian Segatto

Para celebrar os 60 anos da regulamentação da Psicologia – oficialmente comemorada em 22 de agosto – a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) promoveu um ato solene no dia 24 de junho, que contou com a participação das principais entidades da categoria – o Conselho Federal de Psicologia (CFP), representado pela presidente da entidade, Ana Sandra Arcoverde, o CRP-SP, que teve a participação da conselheira Talita Fabiano de Carvalho e da presidente Tatiane Rosa da Silva e do SinPsi-SP, com a presidente Fernanda Magano. O ato foi proposto e conduzido pelo deputado estadual José Américo (PT).

A solenidade foi marcada por emoção, descontração, atividades culturais e potentes discursos que apresentaram a evolução da Psicologia nessas seis décadas. O início das atividades teve a execução do Hino Nacional, entoada pela cantora Aliane Souza, ex-moradora de rua; na sequência, o coral Cidadãos Cantantes, criado em 1992 como desdobramento das atividades dos Centros de Convivência e Cooperativa da Secretaria de Saúde do Município de São Paulo, entoou a canção que o indigenista Bruno Pereira cantava na mata e virou símbolo da luta pela Amazônia.

Avanços na Psicologia

Mesa do Ato Solene: Fernanda Magano, Ana Arcoverde, José Américo e Talita Fabiano

Talita Carvalho leu um discurso da presidente do CRP-SP, que estava em outra atividade e chegou com a sessão da Alesp já iniciada. Ela fez uma homenagem às vítimas da Covid (170 mil apenas no estado de São Paulo), apresentou as bandeiras gerais da profissão, como a luta contra a discriminação de raça e gênero, a luta antimanicomial, entre outras e terminou com o registro das primeiras psicólogas e psicólogos registrados no CRP.

A segunda oradora, Fernanda Magano, representando o sindicato e a Fenapsi (Federação Nacional dos/as Psicólogas), lembrou o avanço nas “construções parceiras” entre as entidades e o enfrentamento ao projeto genocida do atual governo, que desfinancia a saúde pública em benefício de entidades privadas de saúde e promove a volta dos manicômios e seus métodos de barbárie. “Precisamos de uma Psicologia que faça mudanças na sociedade para enfrentar tanto ódio… esse é um momento de resistência luta porque temos uma sociedade e políticas públicas sob ataque, pessoas morrendo”, afirmou Magano, chamando à responsabilidade que a população tem nos rumos do país na eleição que se aproxima. Por fim, a presidente do SinPsi destacou as lutas da categoria, como a jornada de 30 horas, a 17ª Conferência Nacional de Saúde e a Conferência de Saúde Mental. “Muitos são os passos que temos de avançar ainda na Psicologia, então, que possamos cuidar da subjetividade, acolher e construir as lutas”, finalizou Fernanda Magano.

Auditório cheio para celebrar o ato

Em sua fala, a presidente do CFP ressaltou que hoje a Psicologia não tem praticamente nada a ver com aquela que foi regulamentada em 1962, apresentando os avanços nas concepções ocorridas nesse período. “Fizemos uma Psicologia para o povo brasileiro, falta muito ainda para a Psicologia que queremos, nosso povo tem uma história, uma cultura, desafios e questões que a Psicologia precisa entender. Essa ciência e profissão precisa ser encarnada com as necessidades do povo”. Ana Sandra Arcoverde finalizou evocando a reflexão de qual será a Psicologia que a sociedade precisa e que as profissionais desejam construir nos próximos 60 anos.

Rogério Gianinni (presidente eleito do SinPsi); Ana Arcoverde (CFP), Aurélia Rios (vice-presidente eleita), Vinícius Saldanha, Fernanda Magano e Marcella Milano

O ato solene terminou com a apresentação do rapper Edson Luiz, militante na luta por moradia pelo MTST e integrante do grupo Negro Raiz.

No vídeo a seguir você encontra um resumo do ato, ele está disponível no canal do Youtube do Sindicato, Para assistir à íntegra clique aqui.  

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