10abr2025 Por Norian Segatto
A nona edição do Prêmio Arthur Bispo do Rosário, realizado pelo Conselho Regional de Psicologia de São Paulo, selecionou 25 autores/as em cinco categorias. As obras escolhidas farão parte de uma exposição que acontecerá entre 2 e 23 de maio. O CRP ainda não divulgou o local da mostra. Para esta edição foram inscritas 445 obras.
Segundo o Conselho, “o prêmio visa identificar, valorizar e divulgar obras de artistas usuárias e usuários de serviços de saúde mental, fortalecer o compromisso da Psicologia na defesa da garantia de direitos dos usuários dos serviços de saúde mental e pessoas em sofrimento psíquico e das políticas antimanicomiais.
Os vencedores
Esculturas/Instalações/Zines
1º lugar – Raul Roberto Borges da Silva – (A história do menino e da menina autista);
2º lugar – Marcos Molognoni (Help!);
3º lugar – Rhayra Chagas Barbosa (Martha Graham);
4º lugar – Willy Herrmann (O dragão);
5º lugar – Daniela do Nascimento Correia (Palavras ferem mais que facas).
Fotografias
1º lugar – Arlindo Donizete de Oliveira (O retrato do acaso);
2º lugar – Jorge Rodrigues de Oliveira (Mora gente aqui o reflexo que a cidade quer esconder);
3º lugar – Paulo César Moreira (Esquizofrenia);
4º lugar – Amanda Daflon (Paz no infinito);
5º lugar – Cristiane Grando (Estrangulamento).
Pinturas/Ilustrações
1º lugar – Alex Rodrigues Binhardi (Noite eterna);
2º lugar – Giovanni Felipe Paiva Moreira (Cobra);
3º lugar – Ayme Neumann de Oliveira (Filhos do sol);
4º lugar – Getúlio Aparecido Dias Bernardes (Princesa do morro);
5º lugar – Amélia Monteiro de Melo (Sol amarelo e sol negro)
Literatura
1º lugar – Cláudio Alessandro de Souza (O fantástico circo rimado);
2º lugar – Isabel de Souza Legrady (Os últimos devaneios de uma mente sem corpo);
3º lugar – Amanda Helena Gimeno de Souza (Colos quadrados);
4º lugar – Leonardo Francisco de Oliveira Teodoro (E agora José);
5º lugar – Danielle Marchioro Lima (Sem eu mesma)
Vídeos
1º lugar – Maximiliano Carvalho de Arcanjo (Esperança);
2º lugar – Renato Brito Cordeiro (O artista rebelde);
3º lugar – Cristiane Grando (Há uma parte da vida);
4º lugar – Paulo César Moreira (Sete anjos com vozes celestiais);
5º lugar – Jonas Ferreira Jovino (A saúde mental e a expressão artística)
Como parte da programação, no dia 1 de maio acontece a mesa “Nise da Silveira, entre a arte e a loucura”.

Quem foi Bispo do Rosário

Arthur Bispo do Rosário nasceu em Japaratuba, Sergipe, em 1909, filho de carpinteiro, pouco se sabe sobre sua infância, mas há registro de seu ingresso na Escola de Aprendizes Marinheiros, em Aracaju, no ano de 1925. No ano seguinte Bispo vai à cidade do Rio de Janeiro, onde se alista na Marinha de Guerra e permanece por nove anos.
Na Marinha, Bispo conheceu o boxe e se tornou campeão dos pesos-leves. Ao se desligar da Marinha passou a trabalhar na empresa Light and Power como vulcanizador no setor de transportes ao mesmo tempo que investia na carreira de pugilista. Em 1936 sofreu um acidente e teve o pé esmagado pela roda de um bonde, o que pôs fim à sua carreira no boxe.
Em 1938 teve uma “revelação” espiritual, que o levou a ir de madrugada ao Mosteiro de São Bento, no Centro do Rio, se apresenta aos frades como “aquele que veio julgar os vivos e os mortos”. É encaminhado ao hospício da Praia Vermelha, de onde é transferido para a Colônia Juliano Moreira.
Após 18 anos da revelação de sua missão, a obra de Bispo do Rosário despertou a atenção da mídia e de críticos de arte; em 1982 expôs pela primeira vez seus quinze estandartes na mostra “Margem da Vida”, no Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio de Janeiro. Após o sucesso da sua participação, recebeu vários convites para novas mostras, porém, essa foi a única exposição que ele integrou em vida. Bispo não aceitava se separar de sua obra e não se considerava artista. Para ele, tudo era fruto de uma missão que um dia seria revelada no dia do juízo final. Essas e outras informações sobre a vida de Bispo do Rosário estão disponíveis no Museu Bispo do Rosário de Arte Contemporânea.