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São Paulo tem caminhada em defesa do SUS e contra o golpe

Na manhã desta quinta-feira (7), Dia Mundial da Saúde, trabalhadores, militantes e usuários fizeram caminhada, no centro de São Paulo, em Defesa do Sistema Único de Saúde (SUS) e da Democracia.

O ato, que percorreu as ruas da capital, pedia, entre outras reinvindicações, a instalação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar convênios médicos, a realização de concursos para contratar novos profissionais e o fim dos subsídios públicos aos planos privados.

Diante da atual conjuntura política, de tentativa de golpe contra o governo Dilma Rousseff, os participantes também alertavam a população sobre as ameaças às conquistas sociais, já que a destituição da presidenta é uma tentativa dos setores conservadores que lutam pelo fim dos direitos trabalhistas.

“Viemos não só lembrar o Dia Mundial da Saúde, mas reivindicar a manutenção do Sistema Único de Saúde que, para os brasileiros, é de fundamental importância. Além disso, este ato é a favor da democracia, que o povo lutou muito tempo para ter”, diz o secretário de Saúde do Trabalhador da CUT São Paulo, Wagner Menezes.

O Brasil possui um dos maiores sistemas públicos de saúde do mundo, o SUS, garantido na Constituição e que oferece acesso gratuito e universal para toda a população. No entanto, com frequência, parlamentares discutem formas de privatizar desse sistema, restringindo o “direito à saúde” às pessoas que podem pagar por ela, além de ampliar a participação estrangeira nessa área.

Durante o trajeto, os participantes entregavam cópia da carta aberta, assinada por diferentes movimentos sociais e sindical, lembrando a conquista desse sistema e apontando caminhos para o aprimoramento dele.

Para a aposentada e usuária do sistema Rerizenil Paula Santos, de 77 anos, há muito que melhorar nos serviços e atendimentos médicos, mas é preciso reconhecer os ganhos que o país teve com o SUS. “Essa ação no centro da cidade é bem-vinda, pois é um alerta sobre o que está acontecendo com a saúde”, diz a moradora do Cambuci.

Já a vereadora Juliana Cardoso lembra que o SUS foi conquistado por meio de muita luta e que a sociedade não pode permitir retrocessos. “Temos uma história muito recente desse sistema, de quando os movimentos se mobilizaram e foram pra rua fazer a construção dele. E é na rua que fazemos a luta pela defesa do SUS”.

Idreno de Almeida, representante da Subsede da CUT na Baixada Santista e integrante do Coletivo de Saúde do Trabalhador da Central, diz que a preocupação pela defesa sistema de saúde deve ser de todos os brasileiros. “A gente tem muito a melhorar ainda, mas as pessoas às vezes não têm o conhecimento do que já é feito. Quando falamos em saúde, não é somente a consulta médica. Quando a Anvisa vai visitar um supermercado para verificar se há produtos vencidos, é a verba do SUS sendo utilizada”.

Vice-presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo (SindSep), Leandro de Oliveira, conta que “esse ato é repetido todos os anos, mas, nessa conjuntura atual, ele é fundamental. A ameaça à democracia e ao Estado de Direito pode significar um rompimento institucional, inclusive com a liberdade de expressão e a questão da saúde, que foi uma conquista”. Leandro aponta a participação social como algo a ser comemorado e, por isso, a defesa deve ser constante para que isso também não se perca. “Temos que lutar pelo direito ao SUS, com participação, elaboração de política e fiscalização, que são os conselhos, mas principalmente garantir que a pauta regressiva não avance, pois retira direitos”.

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