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Servidores da saúde no Estado de São Paulo aprovam pauta de reivindicações para campanha salarial 2016 e agenda de mobilizações

Assembleia, que aconteceu em 26/02, reuniu trabalhadores de todas as regiões do Estado; por unanimidade foram aprovadas as campanhas salarial e publicitária e a agenda de lutas

Assembleia dos servidores públicos da saúde no Estado de São Paulo, realizada em 26 de fevereiro, na Quadra do Sindicato dos Bancários, na Capital, aprova pauta de reivindicação para a Campanha Salarial 2016. Trabalhadores, vindos de todas as regiões do Estado, também definiram uma agenda de mobilizações envolvendo todos municípios, a construção de greve como forma de luta caso o governo não atenda as demandas e o material de comunicação da campanha.

A área de saúde estadual tem como data-base o dia 1º de março. Esta data foi aprovada em lei estadual de 2006 e entrou em vigor no ano seguinte, porém nunca foi respeitada pelo governo do estado de São Paulo. Os trabalhadores se preparam para a campanha salarial encarando uma dura realidade: estão sem reajuste salarial há vários anos, o que faz com que os vencimentos da categoria se apresentem completamente desvalorizados.

Foi aprovado na assembleia dos trabalhadores o índice de 41,67% de aumento salarial. Este percentual prevê a reposição das perdas de 2011 a 2015, a recuperação da inflação do último período e 2% de ganho real. Ainda como destaques centrais da pauta econômica encontram-se os seguintes pontos: aumento do vale-refeição, dos atuais R$ 8,00 para R$ 34,19; aumento do valor do Prêmio de Incentivo de forma isonômica; e aumento da Unidade Básica de Valor (UBV), utilizada como base de cálculo de gratificações e vantagens pecuniárias desde 2008 e que até hoje permanece congelada em R$ 100,00. O Sindicato calcula que se a UBV fosse corrigida pelo INPC valeria hoje R$ 156,00.

Clique aqui para assistir à integra da entrevista.

O presidente do Sindsaúde SP, Gervásio Foganholi, tem uma avaliação bem positiva da Assembleia da categoria. Considera que houve uma participação bastante expressiva envolvendo todas as regiões do Estado – interior, grande São Paulo e Capital – onde se debateu a pauta com suas cláusulas econômicas e sociais. Com as reivindicações aprovadas, o Sindicato encaminhará a pauta para o governo do estado, Secretaria da Saúde, Assembleia Legislativa de São Paulo, deputados estaduais. A proposta é buscar abertura de negociação e apoio de entidades sindicais e movimentos sociais. O material de comunicação da Campanha Salarial também foi aprovado.

“Nós debatemos dentro da Direção e o resultado deste trabalho foi apresentado para os trabalhadores. Abrimos a discussão com a categoria e a pauta foi aprovada por unanimidade. Aprovamos uma agenda de mobilizações que envolverá os locais de trabalho e colocamos a necessidade de assembleias locais e regionais e atos por todo o Estado para chamar a atenção sobre as mazelas que o governo tem feito e sobre o apoio à nossa pauta de reivindicação. Devemos buscar dialogar nas Câmaras Municipais, nos Conselhos Municipais e Estaduais de Saúde, nos sindicatos e sociedade em geral. O nosso movimento começa a partir de agora, com a aprovação da pauta pelos trabalhadores”, afirma Foganholi.

No calendário de mobilização consta a realização, já nos dias 03 e 04 de março, de uma Seminário de Comunicação específico para os trabalhadores responsáveis nas regiões pela divulgação da campanha salarial. A direção do Sindsaúde SP informou que haverá nova assembleia geral no início de abril. Neste momento, os dirigentes e os trabalhadores farão uma avaliação da Campanha, das negociações com o governo do estado e as condições necessárias para iniciar uma greve.

Foganholi menciona que o diálogo com o governo tem sido sempre difícil. Para ele, por mais que se tenha agenda para dialogar com o governador ou representantes do governo, não é possível avançar. “Costumo dizer que a mesa que temos não é de negociação. É uma mesa de conversação, porque o governo vem enrolando todos estes anos a pauta que diz respeito às reivindicações dos trabalhadores”, destaca Foganholi.

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