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Visibilidade Lésbica: uma luta contra a lesbofobia e a opressão das mulheres

A lesbofobia não faz parte da agenda da segurança pública

No dia 29 de agosto, celebramos o Dia Nacional da Visibilidade Lésbica. Esta data marca um momento de luta contra a opressão e a forma como a sociedade enxerga as mulheres lésbicas.

Desde o surgimento do movimento homossexual de viés mais explicitamente político Brasil, no final dos anos 1970, militantes lésbicas e também lésbico-feministas lésbicas começaram a marcar presença e visibilidade no primeiro grupo de afirmação homossexual do país, o Somos em São Paulo. A saída do Somos foi suscitada pela necessidade de organizações próprias: surge assim, ainda no final dos anos 80, o Grupo de Ação Lésbico-Feminista, o GALF.

Já em meados dos anos 2000, o movimento de lésbicas se fortalece nacionalmente a partir da criação de articulações nacionais de lésbicas como a Liga Brasileira de Lésbicas (LBL/2003) e a Articulação Brasileira de Lésbicas (ABL/2005).

Em 1996, durante o 1º Seminário Nacional de Lésbicas, criou-se um marco fundamental para o registro da luta de mulheres que têm seus direitos violados por sua orientação sexual no Brasil. Assim, passados mais de vinte anos, ainda é necessário visibilizar as demandas, existências e resistências lésbicas.

O machismo, a misoginia, a lesbofobia e outras formas de preconceito são os principais alvos dentro e fora do movimento LGBT, dentro e fora da esquerda, que devem ser combatidos. Este dia, para mulheres e, sobretudo para homens, pode servir como um dia de escuta atenta.

Ao ouvirmos as militantes lésbicas, percebemos que o Dia da Visibilidade Lésbica dá destaque ao papel das mulheres homossexuais que, além de enfrentar o preconceito por ser lésbica, ainda carregam uma discriminação histórica por ser mulheres e muitas delas continuam excluídas tanto no mercado de trabalho, quanto nas relações sociais. Sofrem agressões verbais, violência psicológica, além de crimes hediondos, como o “estupro corretivo”.

Precisamos pressionar e colaborar para a aprovação leis afirmativas e restaurativas. A lesbofobia, a bifobia e outras formas discriminatórias interagem diretamente entre si, produzindo e reproduzindo relações de poder que ditam qual o papel da mulher na sociedade. Quando uma mulher desafia o papel que lhe é imposto, como é o caso das lésbicas, ao transgredirem a norma heteronormativa, acaba sofrendo uma violência gratuita que vem de diversas frentes. O machista e lesbofóbico não se conforma em não ver na lésbica a mulher que será submissa a ele sexual e socialmente. E essa violência visa dominar e readequar essa mulher ao papel exteriormente imposto, ou até destruí-la psicológica ou fisicamente, levando-a muitas vezes à morte.

A lesbofobia não faz parte da agenda da segurança pública e não temos indicadores para calcular o número de vítimas de feminicídio, que aumenta em progressão geométrica no mundo todo. São lésbicas e tiveram suas mortes motivadas por serem quem são. Elas, como tantas outras continuam sendo alijadas, violentadas e mortas, ainda enquanto parte de estatísticas pelo simples fato de quererem existir.

Nenhum Direito a menos! É preciso combater! É preciso Resistir!

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