Começou no dia 19 de julho o evento mais esperado da saúde mental: a Copa da Inclusão. Até 23 de agosto, sempre às quartas-feiras, das 10h às 17h, a 16ª edição do evento acontece no Sesc Interlagos (Av. Manoel Alves Soares, 1100), com atividades esportivas, culturais e terpêuticas exclusivamente direcionadas a usuários dos serviços de saúde mental do estado de São Paulo.
Organizado pela ONG Sã Consciência e apoiado pelo SinPsi, o evento visa à promoção de mudanças nas condições de vida de seus participantes, bem como provocar reflexões sobre as formas e possibilidades de reinserção social. Festival de jogos de rua, futsal feminino e masculino, jogos de tabuleiro, feira de geração de renda, oficinas terapêuticas, show de talentos e mesa de debate são as atividades confirmadas.
A Copa da Inclusão conta com a participação de aproximadamente 80 serviços de saúde mental localizados na capital, região metropolitana e interior de São Paulo. Cada edição é planejada em reuniões abertas com usuários, trabalhadores, familiares e militantes da luta antimanicomial.
Para Ed Otsuka, coordenador do evento, conselheiro do CRP-SP e psicólogo da Frente Antimanicomial SP, a longevidade e o crescimento constante do encontro se deve, principalmente, ao protagonismo do usuário.
“No cotidiano dos serviços os usuários demandam a participação dos serviços adstritos. É na Copa que podemos ver a reforma psiquiátrica antimanicomial se concretizando, com a emancipação do usuário em diversos aspectos, transformando as relações com os trabalhadores, dando um significado claro para o cuidado em liberdade”, afirmou Otsuka.
Trata-se de um ato político, tomando esse aspecto como fundamental no cuidado integral. A contratualidade com o outro e os outros são estabelecidos de forma horizontal com a responsabilização coletiva e comunitária.
A intersetorialidade é incentivada com as diversas construções que demandam a inserção de cada serviço e do conjunto de serviços com diversos setores da sociedade. Da mesma forma, a territorialização se desenvolve pela necessidade de se buscar parcerias na comunidade, desde espaços para treinos de futebol em escolas, clubes etc. até a representação da comunidade pelos serviços, com acordos de patrocínios de pequenos comércios, entre outros.
Vale destacar também a construção e efetivação das redes de saúde de formas diversas por meio do evento, que incentiva que os usuários estejam aderidos e frequentem durante todo o ano as redes, a partir da necessidade de acompanhamento do quadro clínico em seus vários aspectos que deve ser realizado na atenção básica.
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