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Acesso universal aos antirretrovirais mudou perfil do soropositivo, diz especialista

O acesso universal aos medicamentos antirretrovirais no país desde 1996 mudou o perfil do soropositivo brasileiro, de acordo com o assessor técnico do Departamento de DST/Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Marcelo Freitas.

Em entrevista à Agência Brasil, o assessor lembrou que, há algumas décadas, a preocupação dos médicos em relação ao tratamento da aids se resumia em ampliar a sobrevida do paciente. Atualmente, a meta precisa ser a qualidade de vida de quem tem a doença.

“É discutir a adesão ao tratamento, a saúde mental, os exercício físicos, a nutrição”, explicou Freitas, ao se referir às consultas. “É um desafio para que o serviço de saúde consiga corresponder à essa expectativa”, completou.
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Um estudo envolvendo mais de 2 mil pessoas com HIV no mundo mostrou que 89% dos brasileiros soropositivos ouvidos mantêm uma adesão firme aos antirretrovirais. Entretanto, o técnico do Ministério da Saúde pediu cautela em relação ao índice apresentado pela pesquisa.

Segundo ele, a taxa de adesão ao medicamento com que a pasta trabalha fica em torno de 50% dos soropositivos em tratamento no país. O esforço para aumentar este número consiste, entre outras coisas, em fazer com que os médicos da rede pública de saúde abordem, nas consultas, temas como a saúde reprodutiva do paciente.

“Esse foco [da qualidade de vida] a gente não pode perder nunca. O médico tem que ter esse tempo e essa disponibilidade para abordar questões da vida do paciente que tem relação direta com a sua saúde. Ouvir, mostrar, informar. É um processo que não é fácil nem rápido. O foco é esse, mas ainda não é realidade”, afirmou.

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