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Apitaço e panelaço em Sorocaba lembram o Dia Antimanicomial

Munidos de cartazes e faixas, ao som de apitaço e panelaço, alunos da PUC de São Paulo e psicólogos de Sorocaba fizeram uma manifestação no centro de Sorocaba em comemoração ao Dia Nacional da Luta Antimanicomial, na tarde de ontem. O ato público teve início na praça Coronel Fernando Prestes e seguiu até a região da rodoviária. Sorocaba foi escolhida para abrir o calendário de atividades por possuir o maior número de leitos de psiquiatria em todo Estado de São Paulo. De acordo com o psicólogo Lúcio Costa, Sorocaba possui 5 hospitais psiquiátricos e concentra 9,52% do total de leitos de todo o Estado de São Paulo. Como em 2008 a cidade possuía 586.680 habitantes, segundo levantamento da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), concentra 1.455 leitos de psiquiatria registrados no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES). O número corresponde a um leito para cada grupo de 403 habitantes. Num comparativo com Campinas, a proporção é de um leito para cada grupo de 5.280 habitantes, número bem distante da proporção sorocabana, segundo o psicólogo.

O movimento antimanicomial prega que os métodos utilizados pelos hospitais psiquiátricos, que possuem a internação e com isso a exclusão do pacientes do seu convívio familiar e social, não recuperam ninguém. Para Lúcio Costa, somente um tratamento digno, nos moldes dos Centro de Atendimento Psicossocial (Caps), que prevê o tratamento sem internação e com o paciente tendo sua vida social e familiar normalizada, pode trazer benefícios à saúde mental dos pacientes. Sorocaba, por possuir tantos leitos psiquiátricos, é um retrocesso da nossa luta. Sem contar ainda, que as verbas do Caps existentes em Sorocaba são geridas pelos hospitais psiquiátricos, não pelo poder público municipal, ressaltou.

Um audiência pública na Câmara de Sorocaba, na noite de ontem, pedida pelo vereador Izídio Brito (PT), encerrou as atividades no município. O calendário de atividades se estende ainda hoje, quando haverá o debate Saúde Mental: como garantir o controle social nas OSs, no SindSaúde, em São Paulo; amanhã, com os debates Políticas Públicas de Saúde Mental no Município de São Paulo, na Câmara Municipal da Capital, e Mídia e Loucura, no Conselho Regional de Psicologia SP; e sábado, com a I Feira de Saúde Mental e Economia Solidária, no Largo da Batata, também na Capital.

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