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De olho na eleição, governo acaba com a emergência da pandemia

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou na noite de domingo o fim da emergência de saúde pública em relação à pandemia de Covid 19, que já vitimou mais de 661 mil pessoas.

Essa medida acaba com a obrigatoriedade do uso de máscara em locais fechados, como transportes públicos, revoga mais de 170 portarias, como a que autoriza a contratação de agentes de saúde em caráter emergencial, dá garantias às gestantes, e possibilita o uso de vacinas com registro provisório (como é o caso da CoronaVac, fabricada pelo Instituto Butantã).

Imediatamente após o anúncio diversos setores da sociedade e especialistas se posicionaram contrariamente à medida, feita, segundo analistas, de forma precipitada e inconsequente, tal qual foi toda a política do governo voltada para desqualificar a pandemia e promover o uso de medicamentos sem eficácia.

OMS

O anúncio de Queiroga ocorre um dia após a reunião da Organização Mundial de Saúde, que decidiu que a emergência internacional em saúde permanece em vigor por pelo menos 90 dias. Isso porque a pandemia ainda é uma realidade. Nos Estados Unidos, medidas de controle e uso de máscara foram prorrogadas por mais três meses. Na China, em Xangai, foram registradas três mortes neste domingo, as primeiras desde a retomada do surto.

De olho na eleição

Mesmo não sendo dito formalmente, ficou claro de que a ação do Ministério da Saúde visou a eleição presidencial de outubro. Jair Bolsonaro, genocida, ganha uma narrativa de ter “acabado com a pandemia”, apesar de isso poder custar algumas milhares de vidas a mais.

Para o presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Fernando Pigatto, a decisão do ministério foi tomada “sem diálogo com governos estaduais, municipais, Congresso Nacional e autoridades de saúde pública”. “É inadmissível que, na noite de Páscoa, onde as pessoas celebram a renovação, a esperança em um mundo melhor, o ministro da Saúde, do alto de sua arrogância, prepotência, sem diálogo com o controle social, com os governos estaduais, municipais, o Congresso Nacional e as próprias autoridades de saúde pública, do país e a nível internacional, anuncie o fim da emergência de saúde pública de importância nacional”, disse Pigatto em vídeo publicado nas redes sociais.

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