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Democracia supera imobilismo e autoritarismo e chapa 1 vence eleição no Sindicato dos Psicólogos de Alagoas

Depois de três décadas de imobilismo e autoritarismo, a eleição no Sindicato dos Psicólogos de Alagoas foi pautada pelo processo democrático. O período anterior, marcado pelo domínio de um grupo restrito, tinha nocomando um mesmo presidente por mais de 30 anos.

A atuação política da FenaPsi e do CRP de Alagoas foi fundamental no processo. Com uma visão estratégica, a FenaPsi formulou denúncia ao Ministério Público do Trabalho que culminou na destituição da antiga direção e a nomeação de uma comissão provisória que tocou o processo eleitoral limpo. As eleições aconteceram e a chapa 1, encabeçada pela Lucitânia, ganhou da Chapa 2 encabeçada por Félix por um voto.

Na totalização dos votos, apurou-se 125 (cento e vinte e cinco) votos para a Chapa 1: Sindicato para todos – autonomia e democracia e 124 (cento e vinte e quatro) votos para a Chapa 2: Ética e psicologia – fortalecendo a profissão com compromisso social. 0 (zero) voto em branco e 03 (três) votos foram anulados.

Abaixo, o presidente do SinPsi, Rogério Giannini, fala do processo eleitoral e da importância desta vitória:

Para você, qual a importância dessa eleição?
Rogério: Ter um sindicato de verdade fará toda a diferença para os psicólogos de Alagoas, nas reivindicações, negociações e participação nas lutas da sociedade. Mas há algo que extrapola a questão local, que foi a participação fundamental da FenaPsi no processo. Ter uma entidade nacional com capacidade política está mudando o cenário do sindicalismo da psicologia no Brasil. Às vezes uma intervenção de uma instância federal ajuda a destravar os processos locais. No âmbito da justiça, por exemplo, a FenaPsi foi reconhecida como entidade que tinha legitimidade para mediar.

Três décadas sem eleições e duas chapas, o velho grupo tentou permanecer…
Pior é que não foi isso. O Felix, que encabeçou a chapa derrotada, estava no grupo que tentava mudar as coisas. Ocorre que ele não aceitava a Lucitânia na presidência e trouxe para a cena disputas que não são próprias do movimento sindical, mas dos grupos políticos da psicologia. Em tese não há nada de errado em disputar chapas, faz parte da democracia. Mas o momento exigia mais generosidade e cuidado político. O risco é de abrir feridas na disputa e isso prejudicar a atuação dos vencedores. Do grupo de militantes que acompanhou todo o processo praticamente todos ficaram com a Lucitânia. O Felix sabia disso e articulou uma chapa no interior da universidade e surpreendeu a todos com a sua chapa por fora desse grupo que atuou unido desde o início. Foi lamentável, mas as urnas falaram.

A diferença foi de apenas um voto, isso é problema?
Não creio, aliás, a diferença na categoria foi bem maior. Ocorre que por uma interpretação do estatuto abriu-se o voto para bacharéis, que são estudantes de quinto ano ou nono e décimo semestre. Foi aí que a chapa 2 obteve a maioria de seus votos. Entendo que é uma distorção grave que por sorte não imperou. Nada contra os estudantes, mas não é justo que quem ainda não é profissional decida sobre os rumos da entidade. Não há nem a garantia de que quem é quintanista hoje será de fato psicólogo amanhã. A chapa 2, que tinha predominância de professores universitários, aproveitou conjunturalmente disso, mas a chapa 1 venceu, e isso agora é o que importa.

Por fim, o que mais você destacaria?
A arco de forças envolvido, além da FenaPsi, o Conselho Regional, o CFP e a CUT, que é nossa central, onde a sede provisória funcionou, atuando diretamente na direção provisória do sindicato. A categoria que votou e participou está de parabéns.

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