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Encontro do ISP, no Paraguai, fortalece a luta da juventude por justiça social

Nos dias 12, 13 e 14 de outubro aconteceu, em Atyrá, no Paraguai, o Encontro do Comitê de Jovens do Cone Sul (Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai) e do Brasil, da Internacional dos Serviços Públicos (ISP), com o objetivo de avaliar as ações executadas pelo Comitê de Jovens do Cone Sul durante o período de coordenação de Raul Barreto, jovem trabalhador do Paraguai, e projetar as ações para o novo período que se inicia com a coordenação de Veronica De Marco, jovem trabalhadora do Uruguai.

O encontro reuniu os Comitês Nacionais da Juventude (CNJ) de cada país, sendo que os da Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai formam o Comitê de Jovens do Cone Sul, configurando uma sub-região, e o Brasil – dada sua grande proporção de território e de população – se configura, ao mesmo tempo, como CNJ e também como sub-região.

Membro do ISP e da delegação brasileira do evento, o diretor do SinPsi Vinicius Saldanha (em destaque na foto) acredita que essa aproximação entre países fortalece a luta por justiça social pela oferta de serviços públicos de qualidade.

“A aproximação com os países de Cone Sul é fundamental para que o Brasil esteja integrado às ações com os demais países. Ainda que haja desafios por conta das distâncias e da língua, há muitos fatores históricos e conjunturais que unem Brasil e Cone Sul. Trata-se de um projeto importante de desenvolvimento social e de autonomia para a América Latina”, disse.

Vinicius considerou o encontro de vital importância para o Brasil, por ter podido compartilhar experiências com o Comitê de Jovens do Cone Sul, estabelecido há mais tempo que o Comitê do Brasil, de modo que o conhecimento sobre as experiências exitosas do Cone Sul permitiu a reflexão e o aprimoramento das ações do Comitê de Jovens do Brasil.

Durante os três dias, as delegações compartilharam suas experiências de organização sindical, a realidade dos serviços públicos de cada país, as conjunturas políticas nacionais e regionais, estabelecendo relações sobre os impactos desses fatores para a juventude e sobre a importância do papel ativo dos jovens frente ao contexto.

“Observou-se que enfrentamos sérias ameaças aos serviços públicos, pois há na região desdobramentos de um projeto global de capitalização desses com as privatizações, a supremacia do poder financeiro em detrimento da soberania dos países, os cortes nos orçamentos para as políticas públicas e a retirada de direitos trabalhistas. Por isso, a integração das ações do movimento sindical nos diferentes países, aliada a um projeto democrático e popular, solidário e nacionalmente soberano, é essencial para enfrentar essa conjuntura”, avaliou o dirigente do SinPsi.

Na ocasião, os jovens do Cone Sul expressaram solidariedade aos brasileiros pelo grave momento pelo qual passa o país, expressando repúdio ao governo Temer, reconhecendo ter havido um Golpe Parlamentar. Também houve repúdio à PEC 241, que congela os investimentos públicos, trazendo grandes retrocessos em importantes áreas, como Saúde, Assistência Social e Educação, entre outras, estabelecendo grandes entraves para a garantia de direitos e para o desenvolvimento econômico e social do país.

A delegação brasileira também contava com Luba Melo (Sindsep) e Gabriel Casnati (ISP Brasil).

“Agradecemos a receptividade do povo paraguaio e dos jovens sindicalistas do Paraguai, do Chile, Argentina e do Uruguai. Foram dias de interações muito ricas e de muito aprendizado, não só sindical e profissional, mas também aprendizado de cultura e de vida. Retornamos com importantes referências na bagagem para a continuidade do nosso CNJ, que se reunirá novamente em novembro”, informa Vinicius.

Sobre a ISP

A ISP tem por objetivo organizar entidades sindicais ligadas aos serviços públicos no mundo todo, com as bandeiras de serviços públicos de qualidade, condições dignas de trabalho, respeito à diversidade, participação, integração e justiça fiscal e social.

Para aprofundar e integrar as discussões e as reivindicações, a ISP se organiza em regiões e sub-regiões ao redor do mundo, além de se organizar, também, por diversos temas de discussão, como Saúde, Mulheres, Jovens, dentre outros.

O papel dos Comitês de Jovens, existentes em âmbito nacional e também regional, é o de criar condições para que as pautas ligadas à luta por melhoria dos serviços públicos abranjam e dialoguem com os jovens e as demandas da juventude, proporcionando o protagonismo juvenil no debate sobre o tema e na inserção e atuação nas entidades sindicais.

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