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Evento sobre novo Sistema de Saúde gera dúvida e repúdio

A Federação Brasileira de Planos de Saúde (Febraplan) não é muito conhecida, mas seu nome começou a circular muito nos grupos de discussão sobre saúde pública ontem. Isso porque foi divulgada a programação de um evento organizado pela instituição que vai acontecer amanhã, 10 de abril, em Brasília. O objetivo: debater a construção de um “novo” Sistema Nacional de Saúde.

Ainda há poucas informações e muitas dúvidas.

É um evento curto, de 9h às 11h30, e que pretende envolver senadores e deputados federais.  Na abertura, outras duas entidades de mais peso se juntam à Febraplan: a Confederação Nacional de Saúde e a FenaSaúde (esta última tem papel de destaque na proposta abraçada por Ricardo Barros de criar planos populares de saúde). O ex-ministro da Saúde, indicado pelo então PMDB, Alceni Guerra, é o palestrante convidado e vai falar sobre o SUS de 1988 e o SUS de 2018.

Não aparecem, entre os palestrantes, nomes ligados historicamente à construção e a à defesa do SUS.

O núcleo do Distrito Federal do Centro Brasileiro de Estudos em Saúde (Cebes) já divulgou uma nota de repúdio: “O SUS foi criado na mesma época histórica da Constituição Federal. Afirma essencialmente que saúde é direito de todos e dever do Estado. Segue tendências de países que oferecem um sistema universal, garantindo bem estar a toda sua população, como o Canadá e o Reino Unido. Fazer um sistema de saúde a partir dos planos de saúde, como ocorre nos Estados Unidos, prejudica os mais pobres, que passam a morrer por não terem dinheiro para tratamento de saúde. Além disso, é irracional, em termos econômicos, sendo muito mais caro e ineficiente. Os mesmos Estados Unidos gastam muito mais em saúde para obterem resultados muito piores em termos de expectativa de vida ou mortalidade infantil, por exemplo”, diz o texto.

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