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G-20: capitalismo predatório levou à tragédia de Mariana

Para CUT, empresas que desrespeitam meio ambiente também exploram trabalhadores

A participação da sociedade civil no encontro do G20 (grupo dos 19 países mais ricos do mundo e a União Europeia), na Turquia, terminou no último domingo (15) com a presença de organizações como a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Rede Brasileira pela Integração dos Povos (Rebrip). 

Diante de lideranças das nações que representam 80% da economia e do comércio mundial, membros do L20 (formado por organizações sindicais dos países que compõem o G20), entre os quais a CUT, posicionaram-se contra a guerra e defenderam mais democracia e paz. 

Secretária de Formação da Central e também representante da Rebrip, ao lado de Adhemar Ribeiro, Rosane Bertotti, destacou que a CUT levou ao encontro a denuncia da tragédia em Mariana e avaliou que o caso é resultado da devastação que as transnacionais impõem ao meio ambiente e aos direitos trabalhistas. 

“Expressamos nossa solidariedade a todas as situações de refugiados da guerra bem como as vítimas do terrorismo inconsequente. E, denunciamos o massacre humano ambiental, cultural e econômico que representa o rompimento da barragem da Samarco, comandada pela Vale, em Minas Gerais, deixando um rastro de destruição e morte. Expressamos que as mesmas empresas que desrespeitam o movimento sindical são as mesmas empresas que desrespeitam a vida e o meio ambiente”, disse Rosane em relato publicado nas redes sociais. 

Além do debate amplo entre capitalismo e a exploração dos trabalhadores, o L20 também apresentou um documento com pontos que reivindicam um desenvolvimento focado na distribuição de renda e integração dos povos. Entre eles estão a cobrança por investimentos em formação profissional e aprendizado com o objetivo de criar empregos mais qualificados. 

O grupo cobra também garantias sociais como o salário mínimo, direitos trabalhistas e pisos de proteção social. 

Vida em refúgio

Dias antes dos atentados em Paris, que devem aumentar os obstáculos para os imigrantes de países em guerras, Rosane visitou um campo de refugiados e conta que a experiência mostra como o capitalismo desrespeita o ser humano. 

“Pude perceber o quanto o capitalismo faz o ser humano perder sua história, sua identidade. Mas também o quanto a solidariedade pode ser importante. Hoje, na Turquia, há cerca 400 mil refugiados, 50 mil estão nos campos organizados. O que visitamos tem 8.500 entre homens, mulheres e crianças. Na busca de uma saída na luta contra desespero, contra o medo e contra o imperialismo que mata, exclui. E, por outro lado a solidariedade do povo turco que recebe em seu país os refugiados como convidados. É preciso muita luta para mudar esta realidade”, disse. 

Para o presidente da Confederação Sindical Internacional (CSI), João Felício, a organização sindical, mais do que nunca é essencial que o sindicalismo amplie sua aliança com os movimentos sociais. 

“A amplitude e diversidade de forças jogam papel decisivo na conscientização e mobilização da sociedade contra um modelo altamente excludente e predador. Para enfrentarmos as transnacionais, defender o emprego e o trabalho decente precisamos trabalhar com a mesma lógica de unidade e atuação em rede ”, disse. 

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