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Impasse na negociação do SindHosFil-SP faz SinPsi recorrer à DRT

Como em todos os anos, o SinPsi apresentou sua pauta de reivindicações para o acordo coletivo com o SindHosfil –  Sindicato das Santas Casas de Misericórdia e Hospitais Filantrópicos do Estado de São Paulo. A contraproposta da entidade patronal foi de 5,54%, bem inferior ao índice de perda salarial registrado, que é o INPC de 6,07%. O SinPsi recusou. Frente a não aceitação, os patrões apresentaram a segunda contraproposta de reajuste de 6%, insistindo em impor à categoria uma perda real de salario, que também foi recusada.

É praxe o reajuste igual ou acima do INPC, em negociações tanto com o setor privado filantrópico quanto com o setor privado lucrativo, conforme aconteceu este ano com o SindHosp e com os outros quatro SindHosfil, que fazem a representação dos demais municípios do estado de São Paulo. O 6% parece ser uma espécie de arredondamento injustificável. Se fosse para arredondar, melhor seria fazer como o SindHosFil do Vale da Paraíba e Região, que deu 6,1% de reajuste para a categoria. 

Segundo Rogério Giannini, presidente do SinPsi, essa é uma atitude completamente mesquinha e extemporânea.

“Negar 0,07 por cento de reajuste salarial é recusar pagar uma diferença de R$ 1,75 para quem recebe salário de R$ 2.500. Nenhum hospital ou clínica vai decretar falência por pagar aos seus psicólogos esta diferença. Pior ainda é constatar que não há qualquer crise econômica ou conjuntural que justifique tamanho aperto de cinto, além do que não aceitar redução de direitos é uma questão de princípio do nosso sindicato”, pontua, lembrando que cerca de 90% das categorias no Brasil estão negociando aumento acima da inflação.

Segundo levantamento do DIEESE, com dados de 2010, o estado de São Paulo tem pouco mais de 4 mil psicólogos atuando no setor filantrópico.

Encaminhamento

Esgotada a via negocial, o SinPsi já encaminhou nesta quarta-feira (16/10), por meio de seu departamento jurídico, pedido de mesa de conciliação junto à Delegacia Regional do Trabalho (DRT). A mesa redonda de conciliação não é o julgamento do dissídio, mas a tentativa de uma solução negociada mediada pela DRT.

“Esse procedimento é muito importante, pois o julgamento do dissídio pode demorar meses e só é mais rápido quando há uma greve em proporções que criem impacto social”, explica Giannini.

A mediação depende da agenda da DRT, mas costuma ocorrer entre cinco a dez dias.

O portal do SindHosFil-SP diz que este “atua de forma direta nos processos de negociação coletiva, mesas-redondas no Ministério do Trabalho e Emprego, mediações frente ao Ministério Público e processos de dissídio coletivo, tendo como objetivo principal a equalização da relação empregado-empregador no setor beneficente”. Não é o que estão demonstrando.

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