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Luta Antimanicomial 2014 reúne mais de 2 mil pessoas em marcha em São Paulo

No dia 17 de maio, o CRP SP realiou a oficina estadual “Por Políticas Públicas Antimanicomiais”, com o objetivo de debater e produzir subsídios para a construção de uma sociedade que tenha como valor a liberdade, a igualdade e a justiça social e promova o cuidado das pessoas em sofrimento psíquico em meio aberto, no seu território, na sua comunidade. O CRP SP e o SinPsi entendem que só se constrói uma sociedade sem manicômios investindo em serviços e políticas públicas inclusivas e comunitárias e que respeitem a autonomia do sujeito, o direito a liberdade e a diversidade.

Segundo o conselheiro do CRP Moacyr Bertolino, a busca por Políticas Públicas Antimanicomiais foi a marca deste ano.

“Lutamos hoje pelo fim de todas as formas de manicômios, em defesa da autonomia do sujeito, do direito a liberdade e da diversidade”. 

No último dia 18 de maio, mesmo acontecendo durante a Virada Cultural, 2 mil pessoas de todas as regiões do estado de São Paulo participaram da marcha do dia da Luta Antimanicomial, organizada pela Frente Estadual Antimanicomial – SP, com o apoio do CRP SP e de diversas entidades que assinaram o manifesto de 2014. Clique aqui para ler o Manifesto da Frente Estadual Antimanicomial de São Paulo de 2014. 

Durante todo o evento foi lembrado que as políticas públicas de saúde, construídas pelos esforços dos movimentos de usuários, trabalhadores e gestores, estão sendo atacadas por setores que lucram com o direito à saúde da população. Que a entrega da gestão dos cuidados em saúde pública para instituições privadas permite que, em nome do lucro, essas continuem investindo e financiando serviços que geram exclusão, segregação, dor e sofrimento. 

Destacou-se que diferentes governos têm feito escolhas por investir em ações e serviços distantes dos princípios da Reforma Sanitária e Psiquiátrica Antimanicomial, realizando ações como Programa Recomeço, operação dor e sofrimento, internações compulsórias, financiamento público das comunidades terapêuticas e manutenção e ampliação do número de leitos em Hospitais Psiquiátricos e em instituições Asilares. O que configura um verdadeiro ataque e um gravíssimo retrocesso às conquistas da luta antimanicomial e da população brasileira. 

Não foi esquecido que da mesma maneira esse retrocesso aparece nas práticas perversas que legitimam o genocídio da população negra e indígena, pobre e periférica; a criminalização da juventude e movimentos sociais; o desrespeito às orientações sexuais e às mulheres; a exploração e abuso sexual de crianças e adolescentes; e a apropriação privada de bens e serviços públicos. Desta forma os mesmos governos que entregam a rede de saúde a essas empresas se reveste de atitudes autoritárias, repressoras e violentas contra a população, promovendo a criminalização da pobreza e dos movimentos sociais através de um grande projeto de higienização social e encarceramento em massa do povo oprimido. 

Portanto o CRP SP em conjunto com as demais entidades e movimentos que compõem a Frente Estadual Antimanicomial – SP continuará defendendo uma sociedade que tenha como valor a liberdade, a igualdade e a justiça social e promova o cuidado das pessoas em sofrimento psíquico em meio aberto, no seu território, na sua comunidade. E entende que isso só se constrói investindo em serviços e políticas públicas inclusivas e comunitárias e que respeitem a autonomia do sujeito, o direito a liberdade e as diferenças regionais e individuais. 

SAÚDE NÃO SE VENDE E LOUCURA NÃO SE PRENDE!

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