Os 50 anos do golpe são para jamais esquecer, para jamais repetir
O golpe militar ocorrido entre os dias 31 de março e 1º de abril de 1964 completa 50 anos. As Forças Armadas brasileiras derrubaram o governo legítimo e constitucional de João Goulart no país e impuseram um regime que durou 21 anos. De um lado, a população lutou para democratizar o Brasil por reformas que superassem problemas sociais e econômicos. De outro, as classes dominantes excluíam o povo brasileiro com um regime onde nem sequer haveria liberdade de expressão ou direito de protesto.
A CUT São Paulo, que completa 30 anos em 2014, nasceu nesse cenário, enfrentando a ditadura e lutando pela abertura democrática do país.
A juventude teve papel importante na luta contra a ditadura. Muitos jovens foram perseguidos e mortos. Democracia, direitos humanos, liberdade de expressão e organização sindical não eram permitidos e o Ato Institucional nº 5, baixado em 1968, foi a expressão mais acabada do regime e deu poderes quase absolutos aos militares.
Mecanismos como a lei antigreve e o arrocho salarial foram exemplos de ataques aos direitos sindicais e beneficiaram empresas aliadas ao regime. No primeiro dia do golpe, 409 sindicatos, duas confederações e seis federações sofreram intervenções. Entre os muitos assassinados ao longo desses 21 anos, citamos o químico Olavo Hanssen, a psicóloga e professora Iara Iavelberg e o metalúrgico Santo Dias da Silva.
A luta e o enfrentamento não foram em vão. Com o passar do tempo, foi possível provar inúmeras violações de direitos humanos e a participação dos Estados Unidos, que apoiou a derrubada do então presidente João Goulart. Uma das principais conquistas foi criação da Comissão Nacional da Verdade (CNV) – que já existe em países como Argentina e Chile – sancionada pela presidenta Dilma Rousseff, no final de 2011.
A Central integra hoje o Grupo de Trabalho “Ditadura e Repressão aos Trabalhadores e ao Movimento Sindical” da CNV, formado em abril de 2013, com o objetivo de investigar casos de tortura, desaparecimentos e assassinatos cometidos contra a classe trabalhadora e cobrar a punição dos torturados.
Para o secretário de Políticas Sociais da CUT/SP, João Batista Gomes, “a democracia precisa ser defendida em todos os aspectos, seja no judiciário, na comunicação, no direito à greve, no direito ao voto e nas mobilizações de rua. Nesses 50 anos, a ditadura deve ser lembrada como algo que o povo brasileiro jamais permitirá que se repita”, conclui.
PLEBISCITO JÁ!
As heranças da ditadura estão presentes até os dias de hoje. Por isso, a CUT São Paulo apoio a construção do Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político.
O objetivo desse movimento é promover uma reforma política no Brasil, por meio de uma assembleia de representantes eleitos pelo povo. O aumento da democracia com presença popular e o financiamento público de campanha eleitoral estão entre as questões mais urgentes defendidas na proposta. Com a iniciativa, a população terá mais canais para uma participação direta, além de abrir caminho para livrar a política nacional do poder econômico internacional e privado.
Todos (as) poderão votar na consulta do Plebiscito que será de 1º a 7 de setembro de 2014., quando uma única pergunta será feita à população: “Você é a favor de uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político?” Acompanhe aqui a agenda dos comitês municipais.