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Reunião no TRT sobre greve dos funcionários da USP termina sem acordo

Instituição cortou o ponto dos funcionários há dois meses. Juíza dá prazo às partes, e caso pode ir a julgamento

São Paulo – Uma segunda tentativa de conciliação entre a Universidade de São Paulo e o Sintusp, sindicato dos trabalhadores na instituição, terminou sem acordo hoje (27). Segundo o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 2ª Região, nova reunião foi marcada para 5 de setembro, às 14h. A USP não apresentou proposta de reajuste, enquanto os funcionários reivindicam 9,78%. Antes do próximo encontro, estão previstas reuniões do Conselho Universitário, na próxima terça (2) e do Conselho dos Reitores, na quarta (3). Além do impasse econômico, outra questão considerada problemática é a do corte dos pontos, praticada há dois meses. A paralisação já dura três.

Com o fracasso do encontro, a vice-presidenta judicial do TRT, desembargadora Rilma Aparecida Hemetério, decidiu retirar o processo de Núcleo de Conciliação de Coletivos, até então responsável pelas conversações. Com isso, foi estabelecido prazo de 24 horas para que o Sintusp apresente sua defesa e período igual para que a USP se manifeste. Depois disso, se a divergência persistir, o caso irá a julgamento.

O desembargador Davi Meirelles, que ajudou a conduzir o encontro, havia feito mais um apelo ao entendimento. “Uma decisão judicial imposta não é a melhor opção para as partes. Não deixem que o caso vá para julgamento. A negociação é o caminho.”

Antes disso, reitoria chegou a pedir liminar no TRT, alegando que a greve estaria prejudicando serviços essenciais à população, como atendimento hospitalar. O pedido foi negado pela desembargadora Rilma. Também para o Ministério Público do Trabalho, não havia justificativa para o pedido, já que não se comprovou qualquer problema no atendimento do Hospital Universitário. A procuradora Silvana Valladares de Oliveira sugeriu que a reitoria “apresente o orçamento e demais documentos que possam auxiliar na busca de uma solução negociada para o atual impasse”.

Na reunião de hoje, segundo o TRT, o procurador do Trabalho William Bedone disse que a falta de pagamento por arbitrariedade do empregador pode configurar crime, além de infração administrativa. Assim, “diante da urgência do tema”, o processo foi remetido a Rilma Hemetério.

Na quarta-feira-passada (20), uma manifestação contra o corte de salário, desvinculação de hospitais, corte de verbas e um plano de demissões voluntárias terminou em confronto, com uma estudante e cinco funcionários feridos.

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