Trabalhadores do setor público de São Paulo, filiados à CUT/SP, que constituem o Fórum Estadual do Funcionalismo Público, se reuniram na última quinta-feira (21), na região central paulistana. O encontro teve como intuito discutir os desdobramentos da Campanha Salarial Unificada do Funcionalismo Público, lançada no dia 13 deste mês, na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).
As categorias já enviaram as suas pautas de reivindicação, mas não receberam nenhuma proposta qualificada do Executivo paulista. Ainda, criticam que o governo sequer respeitou a data-base, que deveria ser em março. Os sindicatos dos Trabalhadores em Entidades de Assistência e Educação à Criança, ao Adolescente e a Família (Sitraemfa), dos Trabalhadores Públicos da Saúde no Estado de São Paulo (SindSaúde-SP), dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) e dos Trabalhadores do Centro Paula Souza (Sinteps), entre outros, ameaçam greve.
Para o vice-presidente da CUT/SP, Douglas Izzo, isso é inaceitável. “Como o governo não negocia com o conjunto do funcionalismo público, só resta a greve como alternativa”, afirma o dirigente. O Secretário de Relações de Trabalho da CUT e Presidente do SinPsi, Rogério Giannini reafirma a avaliação de que há pouca vontade política de negociar por parte do Governador. “Negociar significa compromissos com os trabalhadores e com as políticas públicas, e isso não é marca desse governo”. Giannini avalia que a psicologia está presente em diversas políticas, como segurança, saúde, assistência. “Para os psicólogos a negociação unificada amplia nossa possibilidade de sermos ouvidos”.
Em meados de abril, os servidores vão protocolar carta de reivindicação unificada, aprovada pelo Fórum do Funcionalismo, às secretarias de Gestão Pública e da Casa Civil, bem como à Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento, na Alesp. Entre os itens cobrados pelos sindicatos estão:
– Estabelecer Negociação Coletiva no Serviço Público, pactuada com as entidades representativas;
– Exigir o cumprimento da data-base promulgada pela Assembleia Legislativa do Estado. Não reconhecemos o processo atual aplicado pelo governo do Estado como data-base, pois há desrespeito por parte do governador.
– Reposição de perdas salariais e reajuste real de salário. Segundo a Constituição Federal, todo trabalhador (a) deve receber a recomposição salarial, fato este que não é cumprido pelo governo do Estado em relação aos trabalhadores (as) públicos.
– Aumento do Ticket Alimentação para todos e fim do limitador para recebimento do mesmo.
– Contra a privatização do IAMSPE.
– Fim da terceirização e contratações precárias.
– Os servidores cobram que o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, atenda em audiência os sindicatos cutistas, representantes do funcionalismo público estadual. Segundo Izzo, a Central defende o direito de todos os trabalhadores (as) dos seus sindicatos filiados, isso inclui os da iniciativa privada e do setor público. “A CUT/SP também tem entre os seus filiados diversos sindicatos que prestam serviço público”, explica.
A CUT São Paulo possui 973 mil associados e representa aproximadamente dois milhões de trabalhadores e trabalhadoras em todo o Estado de São Paulo.