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Seminário discute políticas públicas sobre gênero nas escolas

São Paulo – O seminário “Gênero e Educação: avanços, desafios e ação política”, que se encerrou na dia 3 de maio, em São Paulo, discutiu estratégias para fortalecer os temas de gênero, sexualidade e raça nas políticas educacionais. A discussão sobre gênero na escola não é proibida, mas, não é tarefa fácil e está ficando mais difícil, alerta Toni Reis, integrante da Associação Brasileira LGBT. Em entrevista ao repórter Jô Miyagui, da TVT, isso é motivado pelo avanço do conservadorismo e fundamentalismo religioso.

“Nosso país vive uma onda fascista, conservadora e fundamentalista. Isso tem provocado retrocessos na educação. Nós temos escolas que recebem notificações extrajudiciais para os profissionais não tratem as questões de gênero, sexualidade, raça e etnia, porque pode transformar as crianças em homossexuais, o que é um absurdo.”

Para Ingrid Leão, integrante do Comitê Latino-americano das Mulheres, a discussão de gênero é um compromisso que todos têm com a sociedade. “Nós ouvimos falar nos meios de comunicação sobre a questão de gênero na política pública no plano de educação. Mas, existe uma questão de gênero no cotidiano escolar, onde professores estão sendo coagidos, proibidos a falar de gênero, o que é um compromisso que todos têm.”

O professor de Psicologia Bendito Medrado, da Universidade Federal de Pernambuco, diz que, ao decorrer da vida, os jovens irão aprender sobre sexualidade e, às vezes, de forma preconceituosa e errada. “Gênero é um conceito construído para se falar de desigualdade. Quem é contra a falar de desigualdade? Quem não reconhece que nos espaços de poder há uma predominância masculina e de brancos? É só olhar as informações disponíveis para nós para mostrar que existe a necessidade de trabalharmos essas questões dentro do contexto escolar.”

Integrantes dos movimentos feministas e LGBT’s têm denunciado os recentes ataques às leis e direitos da promoção de igualdade nos últimos anos. Os ativistas dizem que querem apenas respeito às diferenças.

“Todas as pesquisas que fizemos em relação a violência contra a população LGBT, um dos lugares mais constantes é na escola, onde deveria ser o espaço com mais proteção e segurança, então, mantermos o debate é para evitar o retrocesso”, afirma Medrado.

Clique aqui para ver a reportagem da TVT.

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