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Série ‘Psicanalistas que Falam’ mostra a psicanálise em diferentes territórios

Você já conhece o projeto audiovisual Psicanalistas que Falam? Concebida pelas psicanalistas Heidi Tabacof e Lúcia Lima, com longa trajetória na clínica, nas ruas e em ambientes de formação, trata-se de uma série que aposta na circulação da psicanálise para além do divã, apresentando psicanalistas renomados atuando em diferentes territórios.

Dia 22 de novembro, às 18h30, no auditório da Faculdade de Saúde Pública da USP, haverá exibição do primeiro episódio, com Antonio Lancetti, psicanalista argentino exilado no Brasil desde 1979 e figura de importante atuação na luta antimanicomial. Confirme sua presença e saiba mais, clicando aqui.

Lançado pela Taturana Mobilização Social, o projeto mostra o saber nas ruas, na política, nos espaços coletivos, nos movimentos sociais, em ambientes de formação, e mesmo nas mídias sociais. São lugares em que a psicanálise pode criar novos modos de intervir e pensar, novos conhecimentos e experiências. E os personagens, que circulam fora do consultório, falam de suas origens, áreas de atuação, paixões, formação, questões.

“É o desejo de retomar (e atualizar) o trabalho de registro, em vídeo, de acontecimentos e histórias da psicanálise e seus protagonistas. Documentar e promover a ampla circulação de ideias deste saber no campo social, no debate coletivo, atividade que iniciamos em 1986, com a realização do vídeo ‘Psycuba’ e a criação do Núcleo de Psicanálise Cinema e Vídeo”, explica Heidi.

Saber elitizado

O objetivo do projeto é democratizar o acesso a um dos saberes mais elitizados no Brasil. Toda a história do movimento psicanalítico local é elitista, com seus modos de produção institucional e oferta de serviços. Segundo as Heidi e Lúcia, felizmente muitos esforços têm sido feitos e há mudanças importantes acontecendo.

A primeira exibição aconteceu em 8 de outubro, no centro de São Paulo, em evento gratuito. A exibição do dia 21, de nome Lancetti Brasileiro, será seguida de bate-papo com o personagem-título, além de Alexandre Padilha, ex-ministro e atual secretário municipal de Saúde de São Paulo, Heidi Tabacof, com mediação de Marilia Louvison, representando a Faculdade de Saúde Pública e a Associação Paulista de Saúde Pública.

E também já está no ar o segundo episódio da série, Chaim Katz, Correntezas, em que Katz, um dos fundadores da Formação Freudiana, no Rio de Janeiro, conta partes de sua trajetória, que misturam militância, psicanálise e memórias afetivas. Judaísmo, combate à ditadura, relação com intelectuais como Michel Foucault, mobilização clínica, utopias e distopias frente ao cenário brasileiro atual estão entre os temas que permeiam o episódio.

Disponível online

Os episódios estão disponíveis online, mas é possível também entrar para a rede de impacto e organizar exibições públicas e propor encontros com a presenças dos protagonistas e realizadores dos episódios. Clique aqui e saiba mais.

“É importante o psicanalista estar em diferentes espaços, para levar a muitos lugares o saber do inconsciente, instrumento potente de leitura e transformação do sujeito e sua realidade. O psicanalista está no trabalho direto no serviço público, nas instâncias políticas de reflexão e prática, na formação de trabalhadores de saúde mental, na manifestação pública de seu pensamento político”, diz Lúcia.

Para organizar uma exibição em seu espaço, cadastre-se e entre para a rede de impacto, clicando aqui.

Sobre elas

Heidi Tabacof é psicanalista, analista institucional, trabalha na clínica e na formação. É professora e membro do Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae. Faz câmera e direção de vídeo na produção de documentários.

Lúcia Lima é psicanalista formada em Psicologia pela PUC-SP, foi integrante do Núcleo de Psicanálise, Cinema e Vídeo. Escreveu o conto “A Mulher do Atirador de Facas”, que inspirou o curta-metragem de mesmo nome. É formada em Agricultura Orgânica e foi Secretária de Cultura da cidade de Monte Azul Paulista em 1997. Trabalhou com Maria Nilde Mascelani na RENOV em período anterior ao trabalho clínico. E também é poeta aprendiz.

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