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SinPsi vai a Genebra para Congresso Mundial da ISP e garante representação no próximo mandato

Mais de mil delegados e delegadas da África e Países Árabes, da Ásia-Pacífico, da Europa e da Inter-América participaram do 30º Congresso Mundial da Internacional de Serviços Públicos (ISP), que aconteceu de 30 de outubro a 3 de novembro, em Genebra, Suíça. E o SinPsi esteve lá, representado pela presidenta Fernanda Magano; pela vice-presidenta, Valéria Princz; e pelo secretário de administração e finanças, Vinícius Saldanha, que também é membro do ISP.

Os dias foram repletos de debates e painéis sobre como os jovens trabalhadores podem ser mais influentes no movimento sindical em todo o mundo. Segundo a secretária geral do ISP, Rosa Pavanelli, os trabalhos têm sido direcionados nessa questão há muitos anos e é hora de implementar os planos.

Os direitos sociais e o trabalho digno para os jovens trabalhadores envolveram os representantes que estavam ansiosos para participar da discussão. Foi senso comum o fato de que a privatização e a terceirização desafiam a vida profissional organizada e que existe a necessidade de um setor público forte para garantir um trabalho seguro e salários dignos.

“O movimento sindical deve lutar contra a privatização. Temos de construir a capacidade dos jovens para sair e defender a organização, os direitos sindicais e os direitos dos trabalhadores”, disse um participante não identificado.

O tema “Pessoas acima dos lucros” (People over profit) dialoga com a essência das lutas do SinPsi. Segundo Saldanha, a proposta é emplacar um projeto de sociedade contrário ao que se vê na conjuntura atual.

“Hoje prioriza-se os interesses do mercado financeiro e das grandes corporações. Assim, comercializa-se serviços que deveriam garantir direitos, gerando uma relação de consumo”, diz.

“Não há outro momento tão importante como quando o Congresso se reúne e nos convida a continuar a organizar juntos e a combater a ganância das multinacionais para construir uma sociedade mais igual”, disse Dave Prentis, presidente da ISP, ao mesmo tempo em que destacou a liderança de Rosa Pavanelli, a quem ele descreveu como “uma grande líder que nos ajudou a criar um verdadeiro movimento sindical, que mudou a vida de muitas pessoas nos últimos cinco anos”.

A ISP existe há 110 anos e sempre pontuou a importância da luta pela justiça fiscal, contra a redução de impostos para ricos e a privatização dos serviços públicos.

Também marcaram presença no evento Rémy Pagan, prefeito de Genebra, e François Longchamp, presidente do Conselho de Estado, República e Cantão de Genebra.

“O Congresso cumpriu com o papel de abordar os malefícios das privatizações. Criou estratégias para que sejam impedidas novas privatizações e enfrentadas as precarizações do serviço público. E também apresentou soluções para que os serviços já privatizados sejam remunicipalizados ou reestatizados”, afirmou Vinícius Saldanha.

De fato, a temática cabe bem ao cenário da cidade de São Paulo, com o pacote de privatização apresentado pelo prefeito João Doria, o que só confirma a urgência da conversa com a sociedade sobre o fato. Os serviços públicos devem ser fortalecidos a partir do controle social e do aumento do investimento público e não da capitalização do investimento privado.

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Ato

No dia 1º de novembro, na Praça das Nações, em frente à ONU, os delegados fizeram um ato de solidariedade aos estagiários da ONU, que têm trabalhado sem receber salários, dentre outras irregularidades. A cena acabou se tornando também um ato de resistência de trabalhadores e trabalhadoras do setor público de todo o mundo contra o fascismo, contra as medidas de austeridade que precarizam os serviços públicos e violam direitos, colocando os lucros do mercado financeiro acima das pessoas.

SinPsi no Comitê

O 30° Congresso Mundial da Internacional de Serviços Públicos terminou com importante conquista para os jovens e as jovens brasileiros: uma representação no Comitê Executivo Mundial da ISP, a partir da inserção de Vinícius Saldanha no Comitê Nacional de Jovens Brasil, via SinPsi. O Comitê coordena ações em busca do fortalecimento dos serviços públicos, por meio das entidades filiadas, no mundo todo.

“É importante investir na inserção do jovem no movimento sindical, para que as demandas deles em relação ao mercado de trabalho e à qualidade de vida sejam contempladas. E também pelo protagonismo juvenil dentro das entidades”, pontuou o dirigente do SinPsi.

A escolha de Saldanha se deu após importante acordo de rotação de postos e integração construído com os jovens companheiros das Américas.

“É basicamente um acordo de revezamento entre um representante da Argentina e eu, no recorte de jovens, nesse mandato de cinco anos no Comitê Executivo Mundial que foi eleito nesse Congresso em Genebra. A pauta é muito importante para fazer o enfrentamento ao momento de sucateamento dos serviços e ataques à democracia que temos vivido no Brasil e na América Latina”, finalizou.

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