Em assembleia realizada pelo Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo no final do ano passado e em reunião ocorrida na última quarta-feira (19) pela diretoria da entidade, os trabalhadores/as decidiram iniciar as paralisações da categoria.
No dia 7 de março, comissões de funcionários de todo o estado de São Paulo organizam caravanas na capital para protestar contra as péssimas condições de trabalho e cobrar a pauta de reivindicação do ano passado, que até o momento não foi atendida pelo governo Alckmin (PSDB).
A superlotação dos presídios, o sucateamento das unidades prisionais, a falta de valorização salarial e o déficit de funcionários nas cadeias estão entre as principais críticas à gestão atual. Na próxima semana, os trabalhadores decidirão em assembleia o dia em que a greve será oficializada.
De acordo com o diretor de Saúde do Sifuspesp, Luiz da Silva Filho, o governo não tem compromisso efetivo com os trabalhadores e tampouco com os presidiários. “Faltam médicos nas unidades, água e em algumas cadeias a comida chega atrasada”, afirma.
Para o dirigente, a falta de estrutura contribui com a revolta dentro das penitenciárias. O Centro de Detenção Provisória (CDP) 2 de Guarulhos é um dos muitos exemplos. Cerca de 2.700 pessoas estão presas na unidade que tem capacidade para receber 780 sentenciados. Um funcionário chega a cuidar de quatro raios, que comportam cerca de 350 presos cada. “Essa violência repercute em nós trabalhadores diretamente, mas também na sociedade”.
Segundo o diretor de Formação Sindical do Sifuspesp, Fábio Jabá, o governo não sinalizou interesse na negociação com os servidores. A data base é 1º de março.
Os dirigentes do Sifuspesp apontam, ainda, que o atual secretário da pasta, Lourival Gomes não responde a informações básicas ou apresenta o número real de funcionários por unidade, dados que foram solicitados pela entidade.