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Trabalhadores entregam Carta Compromisso a Mercadante. Ato em São Paulo reúne 5.000 contra política tucana de desmonte do Estado

Cerca de 5.000 lideranças sindicais de todas as centrais entregaram nesta quinta-feira (2), durante ato no Clube Juventus, na capital paulista, uma Carta Compromisso ao candidato Aloizio Mercadante, em que apresentaram propostas concretas de enfrentamento ao pesadelo neoliberal que aterroriza o Estado há 16 anos, com os sucessivos desgovernos tucanos. Particularmente no último período, alerta o documento, com uma administração em completo “descompasso com o Brasil”.

“A classe trabalhadora está aqui dando o seu recado contra os que converteram São Paulo no Estado da privatização, do pedágio e da paulada nos movimentos sociais”, declarou o presidente nacional da CUT, Artur Henrique, frisando a representatividade da manifestação que contou com a presença de todas as centrais. Na oportunidade, Artur também reiterou o papel da unidade e da mobilização dos sindicalistas para impedir qualquer retrocesso no plano nacional, já que “alguns estão tentando criar factóides contra a democracia, contra eleições limpas e democráticas, para impedir a continuidade das mudanças expressas na candidatura de Dilma Rousseff”. Da mesma forma que os movimentos populares impediram o golpe da direita e sua mídia contra o governo do presidente Lula há alguns anos, frisou Artur, hoje o espírito democrático fala mais alto, fazendo ecoar o “mexeu com Dilma, mexeu comigo”.

A Carta Compromisso, entregue a Mercadante pelas mãos do presidente estadual da CUT/SP, Adi dos Santos Lima, expressa as propostas lastreadas na Agenda da Classe Trabalhadora, construída pelas Centrais, e aprovada no estádio do Pacaembu, por 25 mil homens e mulheres no dia 1º de junho. Entre as prioridades elencadas estão: Crescimento com distribuição de renda e fortalecimento do mercado interno; Valorização do trabalho decente com igualdade e inclusão social; Estado como indutor do desenvolvimento socioeconômico e ambiental; Democracia com efetiva participação popular; Soberania e integração internacional; Direitos Sindicais e Negociação Coletiva.

De acordo com as centrais, no Estado de São Paulo se organizam as forças mais conservadoras que trabalham contra as mudanças que estão em curso no Brasil, o que implica num nível maior de envolvimento dos sindicalistas na disputa política e ideológica contra o retrocesso. “Privatizações, terceirizações, pedágios e sucateamento da máquina pública, entre outras, foram políticas implantadas, cujo resultado tem sido a piora nos serviços prestados à população, sobretudo para os de menor renda, com progressiva deterioração da educação e dos serviços de saúde e na crescente perda de dinamismo econômico do estado”, denuncia o documento.

Conforme sublinharam unitariamente CUT, Força, CGTB, CTB e Nova Central, “São Paulo pode e deve ser protagonista do desenvolvimento com soberania, democracia e valorização do trabalho, com base na renovação das suas estruturas produtivas, fortalecendo o desenvolvimento regional, com políticas que promovam a justiça social e a geração de emprego e renda, atuando como provedor de serviços públicos universais e de qualidade, com bases sociais e ambientais sustentáveis”.

Para além das denúncias e reivindicações e da luta cotidiana pela defesa dos interesses dos trabalhadores/as, ressalta o documento, “afirmamos nossa disposição para o diálogo democrático e para a dimensão protagonista e propositiva do movimento sindical”.

Representando a candidata Dilma Rousseff, Clara Ant resgatou a trajetória de vida de Mercadante, bem como seu compromisso com a classe trabalhadora na luta por melhores condições de vida. “Dilma mandou um recado: se São Paulo seguir o mesmo caminho do projeto que vem sendo construído pelo governo Lula, imagina o que será deste Brasil”, acrescentou.

Ao concluir o ato, Aloizio Mercadante ressaltou que tem suas raízes no movimento sindical, onde aprimorou sua militância na luta pela redemocratização do país e contra a carestia, frisando que a simples retirada de 25 milhões de homens e mulheres da linha da pobreza por si só já seria uma grande obra realizada pelo governo Lula. O candidato reforçou sua identidade com as propostas apresentadas pelos trabalhadores e enfatizou que estará ao lado de Dilma, como esteve com Lula, para fazer com que os novos ares que sopram no Brasil também arejem o Estado de São Paulo, ainda governado para uma pequena elite, prejudicando a grande maioria. Mercadante sublinhou a relevância da educação pública para a superação das imensas desigualdades que ainda existem no Estado: “a aprovação automática assassinou o direito dos estudantes a uma escola de qualidade, pois deixaram de ser avaliados, predominando uma visão elitista, onde os professores não são tratados com dignidade, mas com borrachada e arrocho salarial. Eles estão remando contra, na linha oposta a que Lula está construindo no Brasil, contra a direção que Dilma vai imprimir”.

Compareceram ao evento os candidatos ao Senado Marta Suplicy e Netinho de Paula, que também se manifestaram em apoio à Carta Compromisso, reiterando a identidade com as bandeiras de luta pelo desenvolvimento com valorização de renda, redução da jornada sem redução de salário, entre outras.

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