A procura por Unidades de Atendimento Móvel para mulheres em situação de violência tem surpreendido a Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres da Prefeitura de São Paulo. Segundo a secretária Denise Motta Dau, temia-se num primeiro momento que a grande exposição da unidade pudesse constranger as pessoas a recorrer ao serviço, mas a medida acabou unindo vontade e oportunidade. “Elas viram uma oportunidade, foram atendidas, receberam orientação sobre como enfrentar a situação que estão vivendo e decidiram ir em frente. Então, juntou a vontade de denunciar com a possibilidade de contar com um serviço público muito próximo. Tem sido significativa a procura pelo serviço”, diz.
A Unidade Móvel está adaptada para atender as mulheres que vivem em áreas remotas, de difícil acesso, desprovidas de equipamentos e redes de atendimentos. O serviço é feito de forma individual, para denúncia de agressão, e abrange ações preventivas, com palestras e apresentação das possibilidades de atendimento. “Dependendo da região, a gente pensa um projeto de atendimento. E estamos aprendendo muito com a experiência. A gente não vem com uma agenda pronta ‘o atendimento vai ser assim’. Temos uma proposta, mas a dinâmica do bairro é que vai demonstrar exatamente a demanda que aparece naquele determinado ambiente”, observa a secretária.
A própria unidade já encaminha procedimentos conforme a necessidade da denunciante. Algumas são dirigidas para o Centro de Referência da Mulher, onde há parceria com a Defensoria Pública do Estado. Outras vão para os Centros Regionais de Assistência Social (Cras), e algumas precisam passar antes pela Delegacia da Mulher. O atendimento é feito sempre em dupla, por uma assistente social e uma psicóloga, para definir essa orientação.
A Unidade de Atendimento Móvel integra o programa Mulher, Viver sem Violência, lançado em março de 2013 pelo governo federal. O programa forneceu o ônibus equipado para região metropolitana de São Paulo e espera contar com o retorno do que está sendo captado pelas secretarias municipais. Os casos atendidos são sistematizados e para orientar as ações das prefeituras que contarão com o serviço na região e para subsidiar a formatação de políticas que aprimorem o enfrentamento a violência.
Em São Paulo, o ônibus adaptado entrou em operação no início de abril na região de Parelheiros, na zona sul da capital. Está operando em Colônia, na zona Sul, e em seguida vai para Santa Terezinha. Na primeira quinzena de maio passará por quatro localidades de Capela do Socorro. Em junho, passa a percorrer 18 cidades da região metropolitana.
Ouça aqui a reportagem de Cláudia Manzano, da Rádio Brasil Atual.