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VIII COREP-SP avança na construção da psicologia no Brasil

No último fim de semana de abril aconteceu mais um grande evento da psicologia: o VIII Congresso Regional de Psicologia de São Paulo (COREP-SP) debateu temas em voga na profissão, nos dias 26, 27 e 28 de abril, em São Paulo. O SinPsi participou, enviando delegados e aprovando teses elaboradas na atividade pré-congresso.

Após 92 eventos preparatórios, que reuniram 2.225 psicólogos de todo o estado; e mais 19 pré-congressos, envolvendo 426 profissionais de psicologia, o COREP-SP contou com 178 delegados e 694 propostas – 449 em nível nacional e 245 em nível regional. Além dos delegados, participaram 12 representantes de entidades, organizações e instâncias de gestão pública, além de 14 estudantes de psicologia. 

Foram definidas trinta propostas para o Congresso Nacional de Psicologia (CNP), que, entre os dias 30 de maio e 2 de junho, vai estabelecer os caminhos da Psicologia no Brasil para os próximos três anos. As propostas do COREP-SP foram divididas em três eixos temáticos.

O Eixo Temático 1 abordou a democratização do Sistema Conselhos e a ampliação das formas de interação com a categoria. O Eixo 2 foi sobre contribuições éticas, políticas e técnicas nos processos de trabalho. Já o Eixo 3 tratou da ampliação da participação da psicologia e sociedade nas Políticas Públicas.

“No Eixo 3 conseguimos reafirmar uma série de bandeiras de luta históricas, especificamente no caráter social da intervenção da psicologia em direção a uma sociedade mais justa e na construção do bem comum”, afirmou Rogério Giannini, presidente do SinPsi e delegado do Congresso.

De fato o Eixo 3 foi o espaço destinado ao debate de causas como as da população de rua e a população indígena, grupos sociais, ao qual a psicologia não só expressa o apoio, mas tem contribuições a dar, principalmente por intermédio das políticas públicas.

“Debatemos a fundo as questões étnico-raciais. O psicólogo precisa ter um olhar diferenciado quando trata alguém cuja subjetividade está fortemente influenciada por estas questões, que envolvem preconceito de raça, de classe social”, salientou Giannini.

Interface

Das teses apresentadas pelo SinPsi, ficaram contempladas a questão étnico-racial e o exercício da profissão, a inserção do psicólogo na saúde suplementar e a relação do Sistema Conselhos com o mundo do trabalho.

Dentre as dez propostas aprovadas no Eixo Temático 3, houve uma específica sobre o mundo do trabalho, que dá conta da interface entre o Sistema Conselhos e as entidades sindicais.

“Existe interdependência entre as condições de trabalho e o exercício ético da profissão. Condições inadequadas prejudicam não só o trabalho do psicólogo, mas principalmente a população atendida. Há uma corresponsabilidade do Sistema Conselhos, a partir do seu estatuto institucional. Os congressos nos ensinam a articular melhor essas duas entidades. Ter uma pauta do mundo do trabalho no Sistema Conselhos é fruto de uma demanda da categoria e da presença dos sindicalistas nos processos de discussão”, explicou o presidente do SinPsi.

O COREP-SP também discutiu a luta antimanicomial, a questão da mulher, a questão da defesa do SUS e da internação compulsória. Na ocasião, foi aprovada uma série de proposições que, de fato, aprofundam as pautas em que a psicologia tem atuado.

Ao final, foram retiradas delegação de 19 membros (foto) a seguir para o CNP e três chapas para o processo eleitoral do CRP-SP. A chapa em que o SinPsi estava, dos companheiros identificados com o grupo Cuidar da Profissão, ficou com 13 dessas 19 vagas. Tanto Giannini como Fernanda Magano, diretora do SinPsi e presidenta da Federação Nacional dos psicólogos (FenaPSI), saíram delegados para o CNP.

O presidente do SinPsi lembra que, em um Congresso de psicologia, há a preocupação com a profissão, não apenas com as pautas do mundo do trabalho. 

“Claro que fazemos esforço para que estas questões apareçam da melhor forma possível, mas também nos preocupamos com o conjunto das questões que envolvem a psicologia. O mundo do trabalho acaba sendo afetado positivamente por uma boa regulamentação, por uma boa orientação, por uma boa formação dos psicólogos”, finalizou.

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