17.jan.2024 Por Norian Segatto, com informações CNS
Recém-empossada presidenta do Conselho Nacional de Saúde, a diretora do SinPsi, Fernanda Magano conversou com a equipe de comunicação do CNS em uma entrevista que está disponível no site do Conselho. Na conversa ela aborda os desafios da nova gestão, o significado de ser a primeira presidente trabalhadora psicóloga e a segunda mulher em todos os 87 anos do órgão a ocupar o posto. “A eleição na presidência do Conselho Nacional de Saúde é fruto de um trabalho coletivo, com as demais entidades da Saúde Pública organizadas no Fórum de Entidades Nacionais de Trabalhadoras e Trabalhadores da Área da Saúde (FENTAS) e em especial com parceria ao Fórum das Usuárias e Usuários do Sistema Único de Saúde (FORSUS)”, afirmou durante a entrevista.
Sobre o fato de ser apenas a segunda mulher a ocupar o cargo (a primeira foi Maria do Socorro, em 2012), Fernanda ressalta o avanço das conquistas de lugares de poder em áreas predominantemente dominadas pelo masculino branco. “É um marco, um desafio e uma responsabilidade, a questão de gênero é importante, pois no curso da história brasileira, as mulheres sempre tiveram que lutar para não serem deixadas às margens dos processos de elaboração das políticas públicas, o que resulta em enfraquecer a democracia. O envolvimento das mulheres em todas as esferas da vida social, econômica e cultural é essencial para a riqueza de perspectivas e inovações, e na construção e defesa do controle social da saúde é ainda mais necessário”.
Desafios do CNS
A gestão de Magano vai até dezembro de 2027, ou seja, estará no “olho do furacão” de importantes momentos históricos como a realização da COP 30, este ano, em Belém, antes dela a 5ª Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador, a eleição presidencial em 2026 e a intensa disputa dentro do governo pelo comando das verbas da Saúde. Deverá enfrentar, também, no âmbito das políticas públicas de saúde, o aumento da crise ambiental, e seus reflexos para a sociedade, a possibilidade de ocorrência de desastres climáticos, além da pressão de setores empresariais para aprofundar a privatização do Sistema Único de Saúde. Sobre esses e outros desafios, Fernanda apresenta como prioridades “a defesa inconteste da Saúde em um mundo em emergência climática e que recém vivenciou na história do Estado brasileiro uma estratégia deliberada e integrada por interesses específicos, principalmente os econômicos e políticos de regime totalitário, caracterizado por extensa repressão política, ausência de democracia na prática, culto de personalidade generalizado, censura, vigilância em massa e uso recorrente de terrorismo de Estado, enfraquecendo a pressão popular.
Em relação à 5ª CNSTT, prevista para será realizada entre 18 e 21 de agosto, a nova presidente do CNS enfatiza tratar-se de “um momento de participação popular, em que a população brasileira pode contribuir para a formulação de políticas públicas de saúde e para o fortalecimento do SUS. Estrategicamente sua convocação vem com o tema ‘Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora como Direito Humano’ e a terá três eixos: Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora; as novas relações de trabalho e a saúde do trabalhador e da trabalhadora e Participação popular na saúde dos trabalhadores e das trabalhadoras para o controle social. Destaco, também, o Dia Mundial da Saúde Mental que é comemorado em 10 de outubro, com o objetivo de aumentar a conscientização sobre questões de saúde mental em todo o mundo e mobilizar esforços em apoio à saúde mental, teve como tema do ano de 2024 a Priorização da Saúde Mental no ambiente de Trabalho.
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