Por: CUT
CUT, Força Sindical, UGT, CTB e o MST apresentam, de forma unitária, o Calendário de Lutas 2022 para o Estado de São Paulo, nesta segunda-feira (14), em evento presencial para 500 convidados, na Chácara Vitória, em Hortolândia, a 113 quilômetros da capital paulista. O foco: fome, desemprego e solidariedade.
O calendário apontará as iniciativas conjuntas dessas entidades para nortear, organizar e mobilizar as principais cidades do Estado, neste primeiro semestre de 2022, com o objetivo de denunciar, cobrar soluções, apresentar propostas e apoiar a população do Estado para enfrentar os problemas mais graves e urgentes, como a fome, desemprego, a carestia, mobilidade urbana.
Além dos presidentes nacionais das Centrais Sindicais e de líderes do MST, o lançamento do Calendário de Lutas terá a presença de lideranças políticas e partidárias do estado de São Paulo e da Região Metropolitana, como o prefeito de Hortolândia, José Nazareno Zezé Gomes; o ex-prefeito de Campinas e presidente estadual do PSB, Jonas Donizette, e o presidente estadual do PT, Luiz Marinho. Vão abordar o impacto da crise econômica e social e os principais desafios a serem superados pelos municípios do Estado.
Também participam do lançamento, a presidenta nacional o PT, Gleisi Hoffmann, e o ex-ministro e ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad. Ambos falarão sobre as iniciativas de mobilização dos partidos e propostas para superar a enfrentar o caos que se instalou no Brasil desde janeiro de 2019, conjuntura essa agravada pela incompetência do governo federal que gerou uma crise sanitária com a péssima gestão do enfrentamento à pandemia de Coronavírus.
O Calendário de Lutas unitário das Centrais sindicais e MST tem como um dos principais focos reforçar às iniciativas de solidariedade contra a fome, tragédia que atinge 19 milhões de brasileiros e e outras 116 milhões de pessoas que vivem em insegurança alimentar, desde que o país voltou ao Mapa da Fome da ONU, em 2018.
Também é prioridade do Calendário de Lutas, o apoio aos desempregados, hoje mais de 12 milhões no país, número que sobe para 28,3 milhões ao somar os subocupados (que vivem de bicos) e os desalentados (que desistiram de procurar trabalho), segundo dados do Dieese/fevereiro 2022. Será parte do debate no lançamento do Calendário de Lutas cobrar e apontar soluções para ajudar essa população a se recolocar no mercado de trabalho, um contingente que nem sequer tem dinheiro para acessar transporte público na busca de emprego.
O debate sobre mobilidade urbana e a classe trabalhadora é urgente e fará parte dos das ações estabelecidas pelo Calendário de Lutas porque, atualmente, o custo familiar com transporte público supera o de gastos com alimentação, segundo dados do IBGE.
Desde 2016, 46% da força de trabalho sem ocupação se locomove de forma ativa, ou seja, a pé, o que impede aos desempregados a busca por trabalho, conforme aponta pesquisa do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômicas Aplicada).
As centrais sindicais destacam que entre os usuários de transporte público, apenas 20% são beneficiários de gratuidades e oito em cada dez (83%) passageiros, ou seja, 56 milhões de por dia, usam ônibus. As seguidas altas dos combustíveis impostas pelo governo federal só pioram a situação do trabalhador e daqueles que precisam procurar emprego.
Será a partir do Calendário de Lutas 2022, centrais sindicais e movimentos sociais vão organizar essas outras lutas e também espaços e locais nas principais cidades do estado com o objetivo de realizar ações de solidariedade, atividades de diálogo e escuta da população e formas de pressão sobre o poder público e o Parlamento para atendimento das reivindicações mais urgentes da população.
As ações acontecerão de forma simultânea em torno desse calendário unitário que será anunciado no evento.