Diante da pandemia da Covid-19, o novo coronavírus, estamos fazendo outras práticas para seguir a vida sindical. O SINPSI entende que atitudes devem ser tomadas tanto para contribuir com o controle da disseminação do contágio, como para manter a integridade física de seus funcionários e colaboradores. Desta forma, num primeiro momento, estaremos trabalhando em sistema de atendimento remoto, sem previsão para retorno.
Em consonância com as Centrais Sindicais e em especial a CUT, entendemos que enfrentar o coronavírus é a principal tarefa de toda a sociedade brasileira e de todas as instituições. É hora de reconhecer a importância da política pública de saúde e do sistema universal para toda sociedade brasileira.
Nesse sentido, a primeira medida deve ser a suspensão do teto de gastos (Emenda constitucional 95), que somente em 2019 retirou perto de R$ 20 bilhões da saúde. É preciso suspender também, nesse momento de crise extrema, os dispositivos de lei de responsabilidade fiscal que impede o aumento de investimento na saúde dos Estados e Municípios.
O SINPSI vem também protestar a ação governamental de apresentar a Medida Provisória Nº927, de forma inoportuna e desastrosa, que na contramão de medidas protetivas do emprego e renda que vêm sendo adotadas pelos principais países atingidos pela pandemia. Simplesmente destrói o pouco que resta dos alicerces históricos das relações individuais e coletivas de trabalho, impactando direta e profundamente na subsistência da classe trabalhadora e de suas famílias; assim como atinge a sobrevivência de micro, pequenas e médias empresas, repercutindo economicamente no tecido social.
Esta medida provisória retira das trabalhadoras e trabalhadores as condições materiais mínimas para o enfrentamento do vírus e para a manutenção de condições de subsistências básicas de saúde. Para além disso, a MP descaracteriza, absurdamente, o Covid-19 como doença ocupacional, para a trabalhadora da área da saúde que se contaminar, ou de atividades que não podem ser paralisadas, exceto se houver comprovação do nexo causal; violando desse modo a convenção nº98 da OIT – Organização Internacional do Trabalho, que versa sobre a negociação coletiva e direito de sindicalização.
Isto viola os direitos humanos e retira a dignidade da pessoa. A conta da crise, não pode cair no colo da trabalhadora e do trabalhador. O poder público não pode negligenciar a saúde dos profissionais de saúde e assistência social, devendo garantir o adequado acesso aos EPIs (Equipamentos básicos de proteção individual): máscaras tipo N95 ou PF2, óculos ou face shield, luvas, gorro, capote impermeável e álcool gel 70%. Precisam de segurança para fazer o atendimento dos pacientes ou usuários, vistos que são os responsáveis pelo primeiro atendimento, classificado como de risco.
Estamos conectando os conselhos municipais e estaduais de saúde e assistência social, no sentido de cobrar providências; bem como estamos fazendo o levantamento de denúncias para posteriormente encaminhar possíveis ações com o nosso departamento jurídico. Estamos também no Conselho Nacional de Saúde, debatendo saúde mental, equidade, qualidade de vida e não patologização; no que tange às nossas ações, continuamos fazendo frente para a defesa do SUS, do SUAS e das 30h e dos direitos trabalhistas.
Sempre estivemos nessa luta, e não será o corona a nos paralisar. Outra ação na nossa prática é a saúde do trabalhador, seja em que área da psicologia estiver. Questões de insalubridade, de contratação, de remuneração, piso salarial, entre outras coisas; não dependem estritamente da nossa posição, mas de uma série de atores. Sempre tivemos lado e isso fica muito evidente nas nossas negociações com os patrões, com sindicatos patronais e ou nossas conversas com quem nos procura. Porém temos que relembrar que esta luta tem sido um tanto solitária depois que a contribuição sindical deixou de ser obrigatória. Por isso, você pode ser protagonista nessa luta conosco. Faça sua filiação!
Em situação de emergências e desastres, sabemos que tem profissionais da psicologia trabalhando nos chamados serviços essenciais, sabemos também quão importante é esta atuação nas políticas públicas, pois o cuidado através da prática profissional com ética só é possível se os direitos estiverem garantidos.
Em caso da não possibilidade de trabalho a distância recomendamos seguir as orientações da OMS, pois nesse momento o autocuidado tem tripla importância.
Sigamos as recomendações da OMS sobre medidas de prevenção:
• Lavar as mãos frequentemente com água e sabão;
• Usar antisséptico de mãos à base de álcool gel 70%, caso não consiga lavar as mãos;
• Ao tossir ou espirrar, cobrir boca e nariz com a parte interna do cotovelo, evitando usar as mãos;
• Optar por lenços descartáveis;
• Manter os ambientes ventilados, com janelas abertas;
• Não sair de casa, somente em casos extremos;
• Caso apresente os sintomas, procurar os serviços de saúde.
Façamos novas práticas:
• Praticar o autocuidado;
• Cuidar de quem está próximo;
• Ler um livro;
• Visitar o nosso site;
• Ler a nossa plataforma de frente de ação;
• Fazer exercício;
• Se filiar ao SINPSI;
• Beber muita água;
• Chamar outros psis a se filiar;
• Conversar com amigas e amigos pela rede social;
• Evitar somente notícia sobre o corona;
• Estar com a família, que mora na mesma casa, sem brigas;
O Conselho Federal de Psicologia (CFP) e todo o Sistema Conselhos de Psicologia apresentam à categoria informações e orientações para atuação profissional e enfrentamento da crise. Assim também fará o Conselho regional de psicologia de São Paulo. Visite os sites ou entre em contato com alguma rede de comunicação desses canais. Durante o período da pandemia, intensificará as informações sobre o exercício profissional e atuação em emergências e desastres, em contextos clínicos, de assistência social, saúde, políticas públicas, atendimento on line, terão suas comunicações feitas pelos canais virtuais. Participe!
Quando normalizada a situação, retornaremos ao atendimento presencial. Contamos com a compreensão de todos e como sempre, o SINPSI coloca-se à disposição de seus filiados e colaboradores na busca de justiça social e bem estar de todos.