Por Rafael Silva – CUT-SP – Com colaboração Alexandre Trindade
Na manhã deste sábado (20), entidades sindicais que formam o Macrossetor do Serviço Público da CUT-SP realizaram um ato em memória aos trabalhadores e as trabalhadoras que foram mortos pela Covid-19. A homenagem ocorreu na Praça Campo de Bagatelle, na zona norte da capital paulista.
A ação foi realizada respeitando as normas de segurança recomendas por entidades sanitárias, como distanciamento social entre os participantes e o uso obrigatório de máscaras por todos e todas.
No ato, um memorial com cruzes e placas foi instalado na praça para simbolizar alguns dos trabalhadores mortos. O Brasil está prestes a atingir a marca de 50 mil óbitos pelo novo coronavírus, o segundo país no mundo com mais registros. No entanto, em número de trabalhadores da saúde e demais servidores, o país está na primeira posição em número de perdas. Entre infectados, na última sexta (19), atingiu a marca de 1 milhão de pessoas. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), 12% desse total são de trabalhadores que atuaram na linha de frente ao combate da Covid-19.
Em número de mortes no Brasil, só de médicos foram 139 profissionais, da enfermagem 190. Enquanto que na capital paulista, a categoria do serviço público registra ao menos 54 mortes de servidores.
Para as entidades do Macrossetor, muitas dessas mortes poderiam ter sido evitadas se o prefeito Bruno Covas (PSDB) e do governador João Doria (PSDB) fossem rápidos para garantir estrutura adequada de trabalho e ofertassem equipamentos de proteção individual em número suficiente. Já no plano federal, o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) além de não oferecer nenhum apoio ao enfrentamento da pandemia, negou, por diversas vezes, a existência de uma crise sanitária, incentivando a população a saírem às ruas.
Em São Paulo, Doria autorizou municípios a relaxarem a quarentena que o estado estava fazendo, permitindo a abertura do comércio não essencial, o que provocou aglomerações em diversos pontos. Essa autorização ocorre em meio ao pico de mortes no estado.
O ato deste sábado também cobrou a revogação imediata da Emenda 95, que congela investimentos no Sistema Único de Saúde (SUS), a reabertura de hospitais fechados que poderiam ajudar no atendimento de moradores das periferias, e a saída imediata de Bolsonaro. Clique aqui para conferir o manifesto “Defender a Vida, Defender os Serviços Públicos”, que foi lido durante o ato.
“É um ato em memória dos servidores dos serviços essenciais que tombaram cuidando da vida de outras pessoas, seja na saúde, no transporte público, na assistência social e na segurança, por exemplo. Hoje queremos alertar a sociedade brasileira sobre a importância dos governos darem as condições necessárias para que os servidores possam desenvolver a suas atividades com segurança, não só deles, mas das famílias das pessoas que atendem. E reafirmamos também nosso apoio ao SUS e contra a Emenda 95, que retira valores necessários para o bom funcionamento do serviço público”, afirmou o presidente da CUT-SP, Douglas Izzo.
É um momento de luto e de luta. E viemos marcar posição pelo direito à vida dos nossos trabalhadores e de nossas trabalhadoras. Cobramos melhores condições de trabalho, de proteção e pela saúde mental de todos, pois o medo, a insegurança e o temor de contaminar os seus familiares estão presentes neste momento da pandemia. A CUT, no seu compromisso com a vida, vem aqui lamentar a falta de ação dos governos municipal e estadual, que só possuem discurso– Fernanda Lou Magano, presidenta do Sindicato dos Psicólogos de São Paulo
Assista o ato na íntegra: