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Debate online marcou lançamento de publicação sobre atuação profissional nos CREAS

A atuação dos (as) profissionais de Psicologia nos Centros de Referência Especializado da Assistência Social (CREAS) foi discutida em 21 de março, durante o lançamento de documento de referência do Centro de Referência Técnica de Psicologia em Políticas Públicas (CREPOP) sobre o mesmo tema. Produzida por especialistas, a publicação é um recurso para qualificação e orientação da prática profissional do (a) psicólogo (a) nas diferentes ações da Política da Assistência Social. 

Os (as) psicólogos (as) têm buscado, cada vez mais, desenvolver uma prática profissional qualificada no campo da política pública de assistência social. A analista de Política Pública da Secretaria Municipal de Assistência Social de Belo Horizonte (MG), Déborah Akerman, acredita que o papel do (a) profissional na assistência social está vinculado a novas dinâmicas sociais, sem um modelo pré-definido. “A Psicologia, historicamente, tem abordagens e teorias variadas, que o profissional pode escolher que servem e são úteis para a prática profissional”, afirmou. 

Segundo Débora, a tarefa dos especialistas que escreveram o documento foi apresentar uma referência para o trabalho do (a) psicólogo (a) no CREAS a partir de uma realidade setorial, observada nos municípios brasileiros. Ela destacou ainda que a pesquisa teve o intuito de organizar o pensamento dos trabalhadores (as) que atuam no CREAS. “Estamos falando de uma interseção de campos de Assistência Social e Psicologia, cada um com seus desafios, histórias e dilemas. Nosso objetivo foi trazer quais são/eram os principais desafios com os quais os (as) psicólogos (as) na ponta lidam para exercer suas atividades”, observou. 

Durante o debate, a assessora de Planejamento da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social de São Paulo, Vânia Nery, falou sobre a construção de identidade do CREAS e do trabalho assistencial desenvolvido. Para ela, esta atuação exige mobilização e organização coletivas. “Falamos de SUAS, mas somos recentes nesta luta do reconhecimento do trabalhador como sujeito que estabelece vínculos com os usuários do CREAS, como um profissional que exerce uma escuta diferenciada, um trabalho recente, que começou em meados de 2004”, destacou. 

A ideia de que o Estado deve garantir seguridade e assistência social às pessoas foi ressaltado pela diretora do Departamento de Gestão do SUAS (Sistema Únicos de Assistência Social), Simone Albuquerque. No entanto, ela acredita que, no campo da assistência social, por conta da pobreza e o grau de desigualdade social existente no País, essas ações são vistas com insegurança por parte da sociedade, dos gestores e trabalhadores do SUAS. “É preciso dizer que o SUAS tem segurança, mas não tem hegemonia. Precisamos encontrar uma porta de saída para a população, e essa saída está na sua inserção no mercado, na convivência familiar e na comunitária”. 

Segundo Simone, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome aposta na multidisciplinaridade das referências. “É importante os profissionais do SUAS sejam firmes no rompimento das práticas assistencialistas. Esse tipo de prática faz parte da nossa cultura”, disse. A psicóloga, conselheira do CFP e mestre em Ciências Sociais, Márcia Mansur, destacou que os (as) psicólogos (as) têm tentado ocupar lugares nas políticas públicas e mostrar a importância dos seus trabalhos. “O documento tem o intuito de sensibilizar e trazer contribuições para gestores e psicólogos (as) que estão na ponta, em relação ao papel da Psicologia e seus reflexos na sociedade”, considerou. Ela ainda destacou que, na próxima semana, representantes do CFP vão se reunir com a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, para entregar o documento. 

O documento, que passou por consulta pública no ano passado, é fruto de uma pesquisa realizada com psicólogas (os) de todo Brasil e está disponível no site do CREPOP.

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