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Psicólogo eleito vereador de Embu das Artes fala ao SinPsi

Há três anos, a Câmara Municipal de Embu das Artes aprovou o projeto de lei que padroniza a jornada de trabalho de assistentes sociais e psicólogos em 30 horas, sem alteração de salários. De lá para cá não houve ainda concurso público e hoje a prefeitura conta com cerca de apenas dez profissionais de psicologia no quadro.

Mas o SinPsi acredita que tanto as bandeiras de luta como a valorização da profissão ocupem mais espaço nos debates da Câmara Municipal de Embu das Artes, a partir de 2013, pois o Partido dos Trabalhadores (PT) elegeu o vereador Doda, que é psicólogo.

Aos 38 anos de idade, Doda nicia seu primeiro mandato em algumas semanas e já tem planos de brigar pela categoria. Foi o que disse em entrevista exclusiva para o site do SinPsi.

Que projetos você tem para a sua gestão?

Quero acompanhar o desenvolvimento da cidade e defender constantemente a categoria dos psicólogos e psicólogas. A ideia é implementar políticas públicas, alinhando projetos com o Sindicato dos Psicólogos (SinPsi) e reforçar a luta pela jornada de 30 horas para todo o país.

Embu das Artes já conquistou a jornada de trabalho de 30 horas.

Sim, isso foi uma grande vitória, conquistada pela outra gestão. Agora que já temos as 30 horas, que beneficiou 27 psicólogos à época, vamos lutar pra garantir mais direitos, pois a categoria ainda precisa ser muito valorizada aqui na região.

Que luta terá prioridade agora?

Quero melhores salários, formação continuada e integrada na rede, para que possamos pensar um planejamento integrado com assistentes sociais e com outras políticas públicas que temos na cidade.

Há algum projeto que insira o psicólogo na educação em Embu das Artes?

Infelizmente a psicologia dentro da educação ainda é muito tímida por aqui. Precisamos avançar mais. Iniciamos um trabalho na rede com orientador educacional. Agora precisamos de um projeto voltado para psicólogos. Ainda estamos timidamente atendendo algumas demandas. Quando se tem demanda da educação, é encaminhada para a área da saúde. Problemas de aprendizagem da criança ainda estão ligados á saúde.

O que você pensa sobre a medicalização na educação?

É um erro, um absurdo. Não há como pensar diferentes. Sou psicólogo e reconheço o desastre que pode ser medicalizar uma crianças que só quer gastar sua energia.

O que poderá ser feito na Câmara para combater isso?

A minha ideia é fazer com que haja psicólogos em toda a rede municipal, nas diversas polítias públias. A medicalização da educação transforma problemas educacionais em problema da criança e a atuação da psicologia tem que ser pensar na escola, no processo educacional. Quero evitar que crianças sejam rotuladas por uma vida.

Há previsão de concurso público para o município?

Houve há quatro anos. Mas a demanda aumentou bastante, o que pode fazer com que haja novos concursos nesta gestão que se inicia, mas isso ainda precisa ser estudado.

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